SOLIDARIEDADE
Regina Borges
 
 

Como seria bom se respeitássemos a regra do viver, deixar viver, ou seja, minha liberdade termina quando começa a do meu próximo.

Os seres humanos espalhados por este planetinha, precisam entender que individualismo sadio é aquele que me permite viver sem prejudicar o outro, pois o egoísta que só pensa em si próprio, de maneira neurótica, além de prejudicar a si mesmo, prejudica os companheiros de jornada.

A solidariedade vincula o indivíduo à vida, aos interesses e às responsabilidades dum grupo social, duma nação ou da própria humanidade. Ser solidário é importar-se com a causa alheia, é tentar minorar o sofrimento do nosso próximo. Infelizmente estamos tão ocupados com nosso progresso, sucesso profissional, satisfação egocêntrica do nosso eu interior que não conseguimos enxergar o outro, que vegeta, que sofre, oprimido em meio às desigualdades sociais, preconceitos de toda ordem, sejam ideológicos, sejam de raça ou fé.

Em nome de Deus, da fé, da religiosidade, os seres humanos já cometeram crimes hediondos.

Faltam à humanidade moralidade, decência e virtude.

O homem mata e guerreia por que deixa o egoísmo falar mais alto no seu coração.

E o que é a guerra? Falta de tolerância, de amor, de paciência, de fé. Falta de tudo aquilo que Jesus deixou como regra de vida. O amor é o único curético Universal. O amor faz brotar a vida. É com amor que perpetuamos e fazemos crescer os indivíduos e é pelo amor que conseguimos celebrar a paz familiar, territorial, mundial.

Fulton J. Sheen, em seu livro “Paz de Espírito”, relata que de 1500 a.C a 1860, foram assinados 8000 Tratados de Paz. A média de duração destes tratados foi de dois anos. Nesta análise faltam os anos de l860 a 2001,onde os seres humanos deixaram afluir em seus corações a maldade, discórdia a intolerância.

De 1946 a.C até l861, ou seja, em 3358 anos houve apenas 227 anos de paz, o que perfaz um ano de guerra para cada ano de paz.

É inútil pensar que a violência é gerada na pobreza e miséria, que o ódio nasce debaixo dos viadutos, nas favelas. Há ricos que nunca passaram fome nem necessidades e praticam a maldade, tornando-se assassinos e déspotas. O ódio nasce em nossos corações egocêntricos, de pobres e de ricos.

Viver e deixar viver deveriam ser ensinados nos lares e nas escolas. Deveríamos ensinar aos nossos filhos e alunos que lutar pela vida com respeito e dignidade ao próximo é a primeira regra de convivência. Deveríamos ensinar com amor lições pela paz, pela felicidade. Se preparássemos nossas crianças e jovens para amar, daríamos um basta à belicosidade que nos afasta de Deus.

Nesta aldeia global batizada de mundo, podemos viver irmanados num ideal de paz. Esse Universo conturbado pela violência pode ser modificado pela educação moral. Dizer isso não é fazer utopia. É acreditar nas potencialidades do ser humano em fazer aflorar o seu lado bom, justo, fraterno.

Porque não ensinamos o valor da amizade, do carinho, as vantagens do respeito mútuo, a importância da solidariedade, ética, decência moral?

Ensinar aos jovens o valor da liberdade consciente, inculcando-lhes as fé em Deus, criador de todas as coisas, a tolerância ao próximo, estaremos proclamando a resistência ao ódio, à maldade. Teremos um mundo sem terror, sem terroristas, podendo celebrar a justiça mundial fraterna, sem preconceitos ideológicos, de raça e de crenças.

Viver, deixar viver é esta a questão, com amor, afeto, solidariedade venceremos o orgulho, a prepotência o egoísmo e o ódio. Celebremos a paz, resistindo às guerras e rumores de guerras.

 
 
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