RESUMO DE UMA VIAGEM
Celso Rab Lage
 
 
Viajar. Taí uma coisa que eu gosto de fazer e graças ao bom Deus, tenho conseguido realizar. E essa última, sem exagero da palavra e me desculpando pela falta de postura, foi uma puta viagem!

Puta, no sentido figurado, pois puta de verdade não vi nada, ou melhor, ver eu vi, o que não fiz foi usar o material....Ou seja, num resumo rápido e plagiando o Casseta e Planeta: "não comi ninguém!".

O máximo de contato com o mundo feminino foi uma cabrita (tenho até uma foto dela!), vizinha de parede da casa onde me encontrava em Portugal, jeitosa, rebolado compassado e dona de um olhar animal, ela, quem eu achava que seria a solução para os meus problemas, acabou me desprezando, ficando com um sujeito malcheiroso, chifrudo que vivia berrando coisas incompreensíveis.

Mas eu não estou aqui para falar da minha vida sexual, aliás nem deveria estar escrevendo sobre isso pois minha namorada pode ler esta crônica e ela, que sabe o quanto sou fiel e respeitador, pode pensar coisas erradas ao meu respeito, logo ela que sabe que eu nunca colocaria a mão em uma outra mulher, ou no caso, cabrita. Aliás, apenas para constar, ela também acredita em Coelhinho da Páscoa, Papai-Noel, Duendes e outras coisas do gênero...

Voltando a falar sobre a viagem, não tenho palavras para expressar o quanto foi boa e educativa, para não dizer instigante e excitante. A Europa para resumir, é um museu ao ar livre.

Começando pela cidade onde me encontrava, Chaves, norte de Portugal.

Esta pequena cidade de no máximo 10.000 habitantes (contando a cabrita) foi construída pelo império romano. O primeiro nome da cidade era "Aquae Flavie" em homenagem ao imperador Flavius e data do ano 2 A.C, possui um belo castelo, ruínas e é só fazer uma escavação que aparece o esqueleto de um romano qualquer ou, na melhor das hipóteses, uma ruína romana ou uma pequena moeda. Romana, claro.

Saindo dessa pequena cidade, percorri 20.100 quilômetros, passando por Espanha, França, Itália, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Hungria, Suiça e Alemanha. Conheci as mais belas cidades de cada país, fui ao Vaticano (aliás, se entrar em uma igreja nos faz virar santo, posso me considerar um, pois entrei em mais de trinta igrejas durante essa viagem, tudo comprovado por fitas de vídeo!), Paris, Barcelona, Veneza, Florença... Não vi tudo que deveria ver, mas o que vi me satisfez e me deixou com aquela vontade, aquele gostinho na boca de quero mais...

Principalmente pelas mulheres!!! Ahhh aquele sotaque francês, aquele corpo escultural das espanholas, aquelas portuguesas lindas (sim, elas existem!), as loiras naturais alemãs (o difícil é você estar lá, no auge, fazendo amor com uma alemã e ela olhar para sua cara, com aquele vozeirão que o sotaque exige e te chamar de hanz ou fritz. Broxante isso, perde todo o charme. Mulher alemã deveria falar francês!). Porra, olha eu falando de mulher de novo... se a minha garota lê isso ela me mata!

Mas também, vou ser sincero. Estou escrevendo esta crônica após cinco meses sem escrever nada. Isso é de menos, pois escrever nunca foi o meu forte, o pior é estar há setenta e seis dias sem ver a cor da coisa, sabe? Ou melhor, eu não preciso ver, eu preciso é sentir mesmo!

Você deve estar pensando: "o que o portuga esta fazendo aqui, escrevendo, em vez de ir lá, tirar o atraso?". Eu respondo: O Inter de Porto Alegre, mais conhecido como COLORADO, está em campo, cara. E o campo, segundo a tradição, só vai ser liberado daqui a cinco dias, e pior, o treino no campo ao lado, o famoso "campo reserva", segundo palavras da técnica, não esta liberado!

Onde eu enfiei a foto da cabrita?.....

 
 
fale com o autor