DE QUANDO ERROU O AMOR
Oz

"Amor desconhecido que se oculta
Amor que se despede e se revela
Amor feito sorriso de chegada
Amor qual madrugada que se perde

Amor que se abateu em desalento
Amor que prosperou perante o tempo
Amor que um dia a morte amará
Amor que não me canso de falar

Amor que se reflete coração
Amor que se conquista nos jardins
Amor que se acorrenta em solidão

Amor distante ausente inexistente
Amor presente forte inconseqüente
Amor de dantes de hoje de sempre

De qual Amor falamos? Podemos de fato tratar o Amor de forma una? Como poderíamos deixar de realçar suas incontáveis feições? Como pudemos nos esquecer das suas virtudes? Como pudemos deixar de reconhecer suas possíveis fraquezas? Como pudemos exigir do Amor o mister da perfeição, que é inquebrantável limitação ao querer crescer, ao querer expandir-se, ao querer aprender? Acaso somos perfeitos? Podemos impor a outrem tão grave exigência?

Contemplai esta flor que trago plantada no coração, a flor que morria:

Triste melodia
Cantava desesperada
A flor que morria

Queria mais viver
Queria mais noite mais dia
Queria não sofrer

Cheia de esperança
Buscava do sol os raios
Da lua a canção:

'Quero o olhar do Poeta
O beijo do beija-flor
Um verso lindo de amor
As cores da primavera'

Pois veio o Poeta
Trazer a unção dos seus versos
Seu olhar de eterno.

'Que este é meu canto final
Pétalas não as tenho mais
Minha esperança é jamais
Já o sol me nega seus raios'

Poeta partiu
Florestas emudeceram
E a morte sorriu

Beija-flor chorava
Morreu a flor que no seio
A terra criava

Quão bela e perfumada possa ser uma flor é o que unicamente nos interessa. Nesse aspecto, mostramo-nos o mais possível ignorantes. Obtusos ao extremo. Cremos cegamente na possibilidade de entendê-la, mas não admitimos que com ela possamos dialogar. Tecemos suspeitos comentários abordando a perfeição de sua forma tal qual o fazemos com uma obra de arte, como se não pudéssemos prescindir de tais exegeses. Porque somos os senhores da natureza, reservamo-nos o direito de extrair seu perfume, sua essência, a expensas de sua própria vida. Em troca dos seus maviosos olores ofertamos a sombra do nosso olhar, a luz artificial, a segregação do cativeiro, porque nos é inata a ânsia de aprisionar tudo quanto de belo existe, tudo quanto amamos. O falso amor consiste em não saber ou não querer reconhecer a verdadeira beleza na pequenina semente que nega sua natureza, sua existência para dar origem à planta. Bem assim a feia lagarta que primeiro prova o dissabor de viver a arrastar-se lentamente, guardando-se para seu futuro de borboleta, ocasião em que faz companhia ao vôo do beija-flor e à flor que tanto beija.

A flor que morria... o Amor que morria. Desafiar-vos-ei a responder mais este questionamento: quem de vós se julga inteiramente capaz de descrever e de compreender em graça e plenitude a verdadeira beleza do Amor? Não vos apresseis, imploro. A negativa é a melhor resposta, ou esse silêncio mesmo. Bom é entender algumas nuanças da beleza do Amor. Descrevê-la, definindo-a, é limitá-lo, aprisioná-lo.

Incontáveis são as sementes do Amor: a presença da ausência que aos poucos vai sendo suprida pelo mistério do encontro; o silêncio da alma que com o tempo aprende a ouvir as distantes canções da natureza; a dor que deixa de ser inquebrantável porque cede caminho ante os rogos de sua cura natural; a penumbra que se esvai dos olhos tristonhos porque em sua totalidade a luz do encanto se revela; a morte mesma do Amor porque dela surgirá a esperança. Esperança... arauto do renascimento do Amor. Esperança... tributo ao Amor de todos os tempos. A morte é o pólen do Amor. A esperança, seu perfume.

Amor e Morte permeiam as relações humanas de tal forma a dificultar se dissocie um do outro. Não é costumeiro afirmar que Amor simplesmente partiu ou que sua presença não é percebida. Diz-se que ele morreu ou que sequer nasceu. À primeira vista, é uma sentença deveras rigorosa. Não assim à luz da "récita das ilusões perdidas":

Morro a cada vez que amo. Se não amo
É como se não houvesse eu nascido,
E suponho algum tempo ter vivido
Nos páramos da dor e da esperança.

Amar pressupõe vida. Vida, morte.
Para o amor haverá na morte um termo?
Quem, podendo voltar, iria aos ermos
Provar do amor vida ou morte, qual sorte?

Na récita das ilusões perdidas
Segredos há que empedernidos morrem
Reclusos na alma, no humano cárcere.

Ensaio o poema da fuga mítica.
Lamento, já de mim a vida escorre.
Amor, leva-me agora para casa...

O verdadeiro Amor está mancomunado com a Morte. Amar é morrer para os vícios do corpo, da matéria, quais o egoísmo, a inveja, a dúvida, o temor, a solidão. Amar é morrer para qualquer outra possibilidade qual não seja a de hastear a incondicional flâmula da fidelidade em reverência ao Amor que se revele em sacramento. Amar é morrer para as coisas pequenas e ignóbeis da vida. Assim, porque se ama é preciso morrer. Amar é morrer por si próprio em sacrifício ao ser amado. Não aceitar a morte das próprias vicissitudes é recusar os anseios nobres e incautos do Amor, é cultivar no jardim da felicidade a primeira semente da desilusão.

Para amar é preciso estar vivo para todos os bons auspícios do Amor. Uma flor que queira viver precisa estar receptícia aos caros elementos que a cercam e lhe propiciam vida, tais a luz do sol, a água da chuva, o ar, a terra e seus favores. "Quem, podendo voltar, iria aos ermos/ Provar do Amor vida ou morte, qual sorte?" Questão importante a sanar, por estes versos sugerida, é: com a morte do ser morre também o Amor? A resposta a esta indagação é fundamental para a justa solução deste julgamento. A resposta que se procura resume-se a uma palavra: crença.

Ponto pacífico é reconhecer que o corpo fenecerá. O enigma está em não se saber o que acontecerá depois. A vertigem é causada por se não ter meios para descobri-lo. Neste campo, a razão, por ser exata, precisa, pragmática, vê-se acossada pela quimérica e quixotesca virtude que à humanidade toda parece ser inata, qual seja a capacidade de sonhar. E sonhar permite sejam concebidas construções ideais que subvertem a realidade limitada da razão. O sonhador, de tanto cismar, principia a não mais admitir que tão pouco possa durar sua existência, venturosa ou não, com ou sem sentido. Inspirado pela sua natureza de inquietude frenética e criadora, torna-se a própria moldura da alva tela que abrigará as primeiras pinceladas que representarão sua concepção d'além-vida.

Com o passar dos anos, a tela da eterna vida do sonhador assenhoreia-se de beleza e esplendor tais que não é possível encontrar similitude em lugar algum que não seja no coração de outro sonhador tenaz. Entre as coisas perenes que carrega consigo decerto está o Amor. O Amor que desconhece fronteiras. Amor que também passa a consubstanciar a fragilidade dos sonhos. Se ao senhor das quimeras fosse dado descobrir se o Amor sobrexiste à sua humana existência... se acaso fosse negativa a resposta... melhor nem cogitar. Melhor deixar imperscrutável este segredo. Melhor é desfalecer junto com ele, levá-lo ao túmulo... inda que houvesse a possibilidade de se assistir ao verdadeiro espetáculo da vida, da vida sem termos, quer seja inicial, quer seja final; da vida sempiterna. Melhor é aceitar a crença nos desígnios da vida e da morte. Melhor ainda é aperfeiçoar o coração que é a casa que ao Amor abriga.

'Omnia vincit amor'.* Farei minhas estas palavras do poeta Virgílio, que a Dante bem conduziu nas sendas do Inferno e do Purgatório. A intenção é deixar clara minha singela postura diante do questionamento anterior. Singela, sim. Todavia, não vos custará reconhecer que está em consonância com o entendimento de incontáveis, pulsantes e apaixonantes corações da humanidade que ora represento. Soubesse eu que com minha morte também o Amor esvaecesse, certamente procuraria vivê-lo intensa e desesperadamente. A persegui-lo, contaria os dias, as horas, os minutos. Isso seria alterar a ordem natural dos acontecimentos. Assim fazendo, expor-me-ia mais ao arbítrio da ilusão, esse veneno que servido em doses homeopáticas prostra o pulsar do corpo.

Que de ímpio reside em vós, acusadores, ousarei mensurar! Sim, vós todos! Pois que se, por um lado, denotais certa aflição pela boa ou má sorte de vosso mais cristalino espelho, por outro, inexplicavelmente, permaneceis impassíveis e coniventes com tamanha humilhação ao Amor impingida. Olhai vosso passado e vereis que em cada passo dado, em cada decisão firmada, em cada sonho alentado ele nunca, jamais vos faltou. Olhai agora vosso futuro de incertezas. Considerai que por causa desse oprobrioso julgamento se torne ele, nas estações vindouras, uma lembrança, apenas. Sei que não podeis, pois, mais do que simples lembrança, será a maior de vossas culpas, impossível de ser remida. Sois, então, incrédulos o quanto quereis, o quanto em vosso maior erro insistis, na medida mesma da afronta que representa vossa reticente lei.

Eis que alcanço o segredo do nó que almejo desatar, para que também fluam às vossas vistas os rogos da velha razão. Vejamos:

O contato constante que Amor mantinha com a humanidade fê-lo assimilar o quinhão da maldade inata a todas as gentes, bem assim suas vultosas fraquezas. Impregnado com tais impurezas, não vislumbrou outra solução que não fosse, dentre as possíveis hipóteses, a mais natural, isto é, morrer para elas, a fim de purificar-se. Não se tratava de mera veleidade, mas de urgente necessidade. Não sabia, entretanto, como lidar com esse embate. Para um ser humano é relativamente simples tratar com a vida e com a morte, pois que esta última, tem ciência, não lhe tarda a acompanhar. Não assim para o Amor, cuja natureza sugere a idéia daquilo que não teve começo nem haverá de ter fim. Isso, sim, atormentava-o. Tanto que deixou transparecer a todos suas mais caras imprecações. Eis que a ajuda que solicitara fora por vós interpretadas equivocadamente, porque, ao invés de apoio, foi-lhe cravada no peito a lança dessa malversada e injusta acusação.

Quereis agora fazer do Amor um miserável andarilho, de seu fano proscrito. Acaso vos esqueceis de que ele é o melhor da essência que existe em vós? Sim, ele quis morrer! Quis morrer porque precisava viver! Quis morrer porque esta era a condição para que alcançasse a purificação! E quanto a vós? Vós que intentais agora bani-lo, o que corresponde a matá-lo! Justo ele que, insisto, é o melhor da essência que existe em vós! Qual a pena que vos cabe por serdes os realizadores desse vitupério? Ora, este julgamento padece de erro insanável (quereis fundamentar uma condenação em meras conjecturas), o que é grave precedente a indicar a necessidade de sua desconstituição. Vossa lei é obsoleta, perdeu-se no tempo; vossos aplicadores do direito são inexpertos. Tarefa árdua é lidar com o bem mais valioso de alguém, que não é outro senão sua própria liberdade. Agrava-se este julgamento porque se está a decidir o destino de uma vida, e quão bela vida! Merecedor de aplausos, aqui, só existe um ser, o que ocupa o banco dos réus, taciturno, imoto. Ele poderia simplesmente ignorar, dada sua natureza, este espetáculo ignominioso. Entretanto, permanece conosco, obseqüente. Reverente, reafirmo-me servo dos seus desígnios.

Para finalizar, transmutemos a questão do querer morrer para a experiência humana. Mais uma vez, o momento a ser focado traz no seu bojo a leveza e a singularidade da poesia, como não poderia ser diferente. Porque como bem asseverou, aos dezessete anos, o eternamente jovem poeta Castro Alves: "É que para chorar as dores pequenas Deus criou a afeição; para chorar a humanidade - a poesia".* E a mais característica dor dos humanos, a da separação, assim foi cantada nesses tristes, lancinantes e arrebatados versos do inolvidável bardo português Luiz Vaz de Camões, por ocasião da morte de sua mui amada Natércia:

"Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no céu eternamente
E viva eu cá na Terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou."

Erro grave é afirmar que um poeta viveu ou morreu na mais inescrupulosa miséria. Esta palavra não tem sentido unívoco, vez que transita livremente pelos universos da realidade e da aparência, entre o que seja salutar e o que seja supérfluo. Sim, ser falto de elementos materiais, em grande escala, aos quais nossa mesquinhez atribui relevante valor pode ser um sinal de miséria, na acepção estrita do termo. Porém, a riqueza que um poeta, às mealhas, constitui no decorrer de sua compassiva vida está além da compreensão dos pobres de espírito, porque pulhas assim não têm recursos para valorar uma simples sutache como presente ofertada. Que dirão, então, de uma calorosa (porque inesperada) promessa de amor feita às vésperas de uma longa e tenebrosa viagem, cuja volta era destino tornado incerto? Não, a isso não podem compreender as simplórias mentes maniqueístas que não sabem lidar com o mal que carregam. Estes são os autênticos miseráveis, da inópia legítimos representantes. Seres assim diminutos certamente se atirariam ao mar no afã de resgatar um caixote que contivesse meia tonelada de ouro, mesmo assumindo o risco inevitável do afogamento. Visualizemos Camões a bordo de um navio prestes a soçobrar porque à mercê de restrugente tempestade. De inopino, uma onda, desferindo golpe violento contra a embarcação, atira ao colérico oceano o supremo tesouro que o vate trazia consigo, a herança que deixaria para a humanidade, um pequeno livro, o retrato da alma de um povo, Os Lusíadas. Atirar-se ao mar por um caixote de ouro o airoso poeta jamais o faria, inda que nele estivesse a coroa real. Não assim em relação ao objeto de sua criação, a própria alma, sua e do seu povo. Ah, mil vezes correria esse risco, tantas fossem necessárias! O gesto de enfrentar de peito aberto o tempestuoso oceano para resgatar Os Lusíadas representa, sem dúvida, o histórico momento em que Luiz Vaz de Camões apôs sua épica assinatura na página primeira do livro sagrado dos imortais. Ei-la, a riqueza do poeta. Riqueza deveras emotiva. Riqueza lastreada na nobreza dos gestos. Por conta de suas obrigações perante a real corte lusitana Camões perdera os hábitos sedentários. Mais do que isso, perdera a própria liberdade física. Fora encarcerado. Para agravar sua já lastimável situação - a de alguém em presença constante da saudade - uma merencória notícia percorreu mares e continentes, em seu encalço, até que o atingisse, prostrando-lhe o peito: "Faleceu Catarina de Ataíde Lima". Neste momento mesmo morre também o poeta. Morreu para o mundo. Morreu porque queria só viver ao lado de seu gentil amor. Sua dor é que se encarregou de deixar sua obra acabada, para a posteridade. E porque Deus o separou de sua amada, instou aos prantos que para junto dela fosse levado. Esse gesto simboliza a ida, sem medos, aos limites da crença no Amor. E não fosse pelo Amor, ó quão miseráveis seríamos! Sem ele, como poderíamos viver? Como, então, condená-lo se em nós mesmos se refletiriam as conseqüências desse ato? Porque ele existe, os sonhos dos poetas e dos nobres de espírito podem ser realizados, mesmo que não seja na exata forma que este último poema sugere:

Amor à lusitana em terras de Novo Mundo

"Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no céu eternamente
E viva eu cá na Terra sempre triste."

Minhas lágrimas hão de cobrir toda a terra
Como a revelar tantos tristonhos lamentos
Nascidos do silêncio de tua partida,
Pois tamanha dor alma nenhuma consente,
Inda que seja a morte um eterno tormento,
Inda que a solidão, caminho de quem erra,
Faça-se, em cada aurora, claustro, despedida.
Minhas lágrimas, oh! que sejam para ti
Prova da devoção sempre incondicional
Com que meus olhos, sôfregos, te contemplavam.
Minhas lágrimas, restos de vida que escorrem
Da morada, onde, às vezes, Amor descansava,
Ia embora, porém - prometia - voltava.
Minhas lágrimas hão de cobrir toda a terra.

"Se lá no assento etéreo, onde subiste
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste."

Dizer adeus não pude, tampouco abraçar-te.
Bradar mil vezes, como eu quis! "Não não partas!"
Atirado ao martírio insone de tua ausência
Vago pelos melhores momentos vividos
Entre mim, espreitando até mesmo tua sombra,
E ti, a quem jurei levar ao himeneu.
Eis que não poderei cumprir meu juramento,
Que a etérea Providência ousou de mim levar-te,
Deixando o fardo inglório de uma saudade
Que digladiará com os tempos vindouros
E que morrerá em prantos, como as paixões tristes
Para morrer nascidas no ardor da emoção.

"E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te," ·

Ouve, Amor, minhas preces de augusta esperança,
Embora minha voz esteja relegada
A ostentar a dolente ária do desamor.
Ouve, Amor, minhas preces de augusta esperança,
Mesmo que meu penar ofenda tua altivez,
Ou que me tenhas como peregrino indigno
Da tua graça, do teu favor, do teu mistério.
Ouve, Amor, minhas preces de augusta esperança!
Abraça-me com tuas asas de compaixão,
Purifica-me com o rubor de tua luz,
Dá-me alento com que eu continue a honrar
Esse pouco de vida que em mim persiste.
Ouve, Amor, minhas preces de augusta esperança!

"Roga a Deus, que teus anos encurtou
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou."
(Camões)

Ave, lírios dos campos que trazem no olor
A liberdade feito encanto e quimera!
Sabei que tenho um grande Amor que ausente está,
Em mim, causa da dor que humano algum conhece,
Mas que revelará aos meus descendentes todos,
Como a visão de vós no limiar da vida,
Ou como vossas cores na tela dos sonhos,
A beleza e a glória na imortalidade.
Ave, lírios dos campos de meu coração!
Da minha infausta vida a seiva vos oferto,
Ou o que nela houver que não sejam espinhos,
Que estes libertarão bem minha alma do corpo,
Perfurando a ferida de forma fatal,
Aquecendo com sangue a escultura do ser.
Ave, Senhora do meu coração!
Agora sim, em tua presença choro,
Que mais não há tanta lamentação
E minhas lágrimas a terra cobrem.
Sejam de Deus manifestação!
Sejam do Amor arauto, redenção!"

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