AMIGO IMAGINÁRIO
Pedro Feitosa

Quem nunca teve um amigo imaginário, quando criança? Paulo não teve. Por isso agora depois de adulto tem o dele. Você deve estar se perguntando, se ele possui problemas de ordem psicológica, ou outro tipo de problema, mas lhes garanto que não.

Paulo é um cara consciente, não é ligado a nenhum tipo de vício, apenas conversa com seu amigo às vezes. Na verdade, há pouco tempo que o conhece, custou admitir a existência desse grande amigo. No começo era apenas uma brincadeira que fazia quando aprontava, colocando a culpa num fantasma que dizia que ser seu amigo. 

Da gozação à realidade foi um passo, o amigo que não existia até então, nasceu e agora é grande companhia de Paulo. Digo mais, seu confidente - os dois criaram uma espécie de camaradagem - numa festa os dois são a sensação do pedaço, Paulo com seu jeito tímido, quieto e ele com seu jeito gozador, debochado, paquerador. Os amigos, já conhecem o fantasma, por isso sempre conversam com ele, ele responde através de Paulo, que passa aos amigos.

Esse amigo é o único amigo de Paulo que esteve presente em todos os seus momentos, mesmo antes de se manifestar, sempre esteve ao lado do companheiro de carne e osso. Um exemplo disso foi no exame de direção de Paulo: ele jura que foi seu amigo que o ajudou na hora da baliza, já que havia gasto todas as possibilidade de erro no exame.

O fantasma é de fé, Paulo sabe disso, não há uma brincadeira de adivinhar que Paulo não acerte, seu amigo sempre sopra as respostas no seu ouvido. Mesmo naqueles momentos de tensão, o camarada sempre mantém a calma, é nele que nosso amigo se apóia nas dificuldades, na hora do aperto.

Assim é a relação de amizade entre Paulo e seu fantasma. Às vezes Paulo tem vontade que esse amigo seja real, mas logo desiste quando lembra que ele se tornaria um ser humano.

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