REALIDADE INFERNAL SOLITÁRIA AFRODISÍACA
Julianna Granjeia Silva

Por um instante 
Tuas mãos vieram ao encontro das minhas 
Por um momento 
O ar que me faltava se tornou mais raro ainda 
Por alguns minutos 
Senti teu cheiro que julgara ter me esquecido, 
Uma doce e repulsiva mistura de álcool e perfume, 
E desejei não sair de perto de ti 
E desejei não desejar tentações. 
Mas as tuas mãos acariciando as minhas 
E a tua preocupação desenhada em teu olhar 
Me trouxeram uma paz infinita que há muito não sentia 
E uma perturbação imensa já bem conhecida. 
Será que meus lábios nunca mais encontrarão os teus? 
Será que não vamos mais nos encontrar, 
Em meio a abraços e beijos calorosos, 
Numa dessas nossas loucuras às escondidas durante a noite? 
Tua respiração ofegante, teus gemidos prazerosos, 
Em meu ouvindo, perturbam-me deixando-me ainda mais excitada
Tuas provocações levam-me ao céu, junto as estrelas
E quando aterro, volto ao inferno afrodisíaco
Retornando a mais cruel realidade solitária.

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