AS DUAS FACES
Jacimara Lourenço Tenório

A vida tem dois longos braços,
Dois caminhos distintos,
Duas opções,
Duas condições.
Em cada caminho, tempos obscuros,
Em cada passo, dúvidas,
Em cada gesto, uma sentença,
Em cada momento, uma esperança.
O homem, ser supremo desta estrada,
Duas faces tem, para enfrentar essa caminhada.
A primeira face tão escondida,
Posso dizer que é a mais ferina,
Machuca o próximo, pisa e desconcerta.
Essa não mede, não dose o que faz,
Só se importa consigo mesma e com a sua própria paz.
A outra, um tanto angelical,
Inocente se faz, finge não ver
nem a essência do seu próprio ser.
Mas o homem não pode ser dividido.
Não há um ser que possa ser repartido.
Não há duas metades distintas,
Somos por inteiro nessa vida.
Podemos nos sentir confusos,
Podemos até entrar em parafuso,
Mas assim como a Faca, dois lados.
Anjo ou Demônio, somos todos extremados.
Cara ou Coroa, que gira no ar,
Bate no chão, repica...
Qual será o seu lado?

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