FOLGAS NOTURNAS E
ALGUMAS HISTÓRIAS DE UM BAR
Mariana Maluf

Não consigo fazer nada programado, a não ser as compras do bar que são imprescindíveis, imagina aquilo funcionando sem cerveja, certamente ficaria louca. 

Passam figuras interessantes pelo local, e geralmente é mais seguro do que estar em outros lugares, além dali trabalhando (a não ser quando embalo algumas tequilas e o negócio se complica).

Outro dia mesmo um rapaz insinuou que eu estava tentando embebedá-lo, e o pior é que eu havia conseguido tal proeza, portanto teria que levá-lo embora por ser novato aqui em Bauru e não recordar o endereço da própria moradia. Desestimulei, não que eu evite qualquer intimidade com os clientes, até rola alguns beijinhos, mas tudo bem "pianinho" como dizem por aí, no finzinho da noite, ainda mais agora, que sou a única solteira entre as proprietárias.

Tirei folga outra noite e fui para um bar concorrente, mas não consigo me desvincular da caricatura que acabei adquirindo e lá estava eu ajudando um rapaz que dormiu numa mesa de canto, comprei uma coca, acalmei, confortei dizendo que todos já tínhamos passado por uma situação vexatória, e finalizei chamando um táxi, mais adiante lá estava eu dando uns beijinhos no escurinho, é claro que em outro rapaz bem mais lúcido que o anterior.

O que tenho para tirar de tudo isso é que, se é dia de folga ou de trabalho, sempre acabo me ferindo, ou por experiências doloridas, ou são meus pés no fim da noite, equilibrados em salto agulha, dançando em cima de banquinhos, pois quando posso, ainda dou os meus showzinhos.

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