FALTA PALAVRA
Krika

Tem algum tempo que não escrevo para os Anjos de Prata e poderia dizer que o problema é que estou em novo emprego, precisando mostrar serviço, que isso me toma todo o tempo e quando percebo passou o prazo e mais uma vez fiquei fora da atualização, mas não seria a verdade.

O problema é que estou travada, não consigo desenvolver um tema sequer e a cada atualização me vejo mais na obrigação de escrever e as idéias ficam oprimidas. Convenhamos, se usando as palavras que existem já é difícil, inventando palavras então me é quase impossível!

A verdade é que apesar de adorar escrever, confesso agora, toma tempo sentar diante do micro e ficar trabalhando uma idéia até ela tomar a forma de texto interessante aos meus olhos. Às vezes a palavra certa não vem de prima e fico horas procurando alternativas. Cansa! A lógica é que se qualquer frase me desagradar, com certeza desagradara também a você, o leitor. Esse é o verdadeiro problema, agradar um desconhecido. Primeiro que não sei quem você é, o que você espera, o que representa e muito menos qual é seu pensamento a meu respeito. Você pode, impunemente, detestar tudo que já escrevi e só acompanha as minhas esporádicas tentativas de expressão literária, na esperança de que eu cometa erros absurdos que serão imediatamente transformados em armas e arremessadas contra minha frágil pessoa.

Também pode ser que de alguma forma eu consiga te tocar e meus poucos textos são ansiosamente aguardados por sua amável pessoa. Talvez não seja nenhuma das alternativas e você me lê mesmo porque gosta de ler até bula de remédio para micose. Na dúvida vou contar mesmo é com seu senso de caridade e agradecer por ainda não ter abandonado a leitura desse meu texto quase confissão. E já que comecei a despejar minhas verdades, acho meio louco pensar que uma criatura de Deus está postada diante do micro, se divertindo com minhas dificuldades, sem imaginar que está lendo o texto de alguém que agride pessoas na rua. Sim! Você sabia que eu acabo de gritar, na rua, com um sujeito que nunca tinha visto mais imbecil? 

Gritei, ele retrucou, lógico, ninguém fica imune a um grito despropositado de uma estranha. Mas eu tinha que expressar minha indignação para com o sujeito que jogou a latinha de coca cola na grama do parque. Primeiro eu chamei de porco, em seguida me pareceu pouco então inventei um xingamento bem maluco que era para valorizar minha indignação. Eu o chamei de...Desculpe, inventei na hora e agora não recordo. É que minhas idéias continuam oprimidas, mas acredite, foi um xingo legal, qualquer dia eu me lembro e volto para te escrever.

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