A PORTA DA PALAVRA
Humberto Bley Menezes

Palavra,
Onde encontrar tua janela, 
A brecha, o vão, a abertura?
Nos degraus da palavra torre?
Nos perigos da abismo? 
No c de céu, no i de inferno,
No a de amor, ou no o de ódio?
Será no t da ternura, ou no s da saudade?
Em todas as formas não encontro entradas,
Labirinto ardiloso e cruel.
No entanto existem fendas,
Ou seriam transposições?
Que fissura descobriu o poeta,
Que a domina e constrói,
Que vira e revira, mistura e cria outra?
Como consegue penetrar nos teus segredos.
E através de ti, dentro de ti,
Encontrar os “poemas que esperam para serem escritos?” 

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