MEU SONHO NÃO É MAIS DESTE MUNDO
Lula Moura

Luz que bate, luz que fica... Esse azul que no fundo do olho, abate, reluz e replica. E fica, querendo rimar, querendo remar... E, ao teimar, vez por outra me pergunto: qual de mim? ; qual de você? Responda pra eu, o que mim não sabe dizer... Mesmo errado no português, mesmo trocado no maluquês, mesmo trancado, aqui... Essa luz azul teimosa do olho, me ilumina quando eu ouço, ou quando eu danço. E quase sempre eu ouço. E quase sempre, danço-que-danço... 

E nessa minha aparente insensatez, Inês é Marta... Marta, me diz aí! Não, Marta não pode, está morta. Marta está morta, pois é... Marta está aquém. Inês, que é Marta, então, é morta também. Por isso, o ditado. Mas, além da Marta, além da mata, tem o horizonte. Ali, de fronte, rente a minha insensatez. Enfrentar os problemas de frente ou de fronte, tanto faz (já vi no dicionário). É daí que vem a fonte... Daí pra frente, do outro lado do aquém, muito além deste horizonte... Onde os Anjos dizem: - Amém!

Mais ao longe, ao lado da poça, uma quimera. Apesar do poço, de emoções, eu posso. Posso sim. Amparado na aparente insensatez, posso ouvir Marta, Inês e Bruna... Bruna, que canta e encanta de onde estiver... Bruna é minha filha do peito, minha falha no leito, meu jeito meio-assim... Bruna, hoje, uma luz em forma de pluma, que vem nos meus sonhos e me mostra como abrir a porta, e entrar. E chegar pra ficar... 

Se eu fosse algum Aladim e o gênio me perguntasse um desejo, um sonho, eu diria que ele não poderia realizar, pois meu sonho não é mais desse mundo... É bem mais profundo, e me tira do imundo da dor, quando ele chegar, quando eu for... É pra quando o azul do céu chegar mais perto, e degradar, degradar... Tênue, leve ficar... Azul de um céu que me leve daqui... pra perto do meu anjo rosa... e aí sim, a saudade matar. Saudade da Marta, saudade da Inês, saudade da minha aparente insensatez. Saudade da Bruna, o rosa do meu azul.

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Se isso não fosse um desabafo, seria um conto, uma poesia, uma prosa. Enfim, uma Rosa pro tema Azul... e ainda assim eu amaria os Anjos de outra cor, de Prata. E não me perguntem o sexo desses Anjos, só sei que às vezes eles bebem... e, mesmo sem beber, riem, e alegram, e eu gosto.

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