ASSIM CAMINHA E CRESCE A HUMANIDADE
José Luís Nóbrega

Ela é uma jovem do tipo pra frente, entendeu? Adora curtir umas baladas, vive numa nice e detona nos finais de semana...

Muita curtição do tipo ficar, do tipo curtir com uns carinhas, tudo sem muito lero, sacô? 

Depois dessas baladas, dessas azarações, vai pra casa, numa boa. Seus pais não são caretas e aceitam o fato da filhota levar uns teens para dormirem junto dela, morô?

O problema, cara, é que a girl começou a folgar, sabe como é? Na sexta, um boyzinho metido a esperto chegou logo chamando o pai da mina de tio! No sábado, um motoqueiro foi chegando e perguntando pra rapayse: E aí dona, tudo legal? E aí pai da Lu, tudo em cima? No sábado seguinte um punk todo tattoo, (tattoo é o cara tatuado, se ligô, meu irmão?) maior heavy metal, meu! E daí a mina começou a folgá mesmo. Todo fim de semana um brother diferente visitando o quartinho da princesa. Num dá nem pra acreditar, mas naquelas baladas rolava de tudo. Muita droga, muito fumo, e tudo mais, malandro. Pô, meu, e tudo, tudinho ali bem nas fuças dos pais da gatinha! É mole não!

Pô, cara, e de tanto azará, a mina acabou se azarando, se dando muito mal. Mal do tipo, sabe...? Mal do tipo mal. Mal do tipo: a tabelinha num funcionô; do tipo: a camisinha estorô; escreveu não leu... Pô, tu me entende, não é meu irmão? A mina se embuchou. Se deu mal. Arrumou pra cabeça e também... pra barriga, sacô?

Cara, o barraco caiu na casa da mina. Os véio queriam saber quem era o pai do pimpolho. Sobrô até no cursinho. Andaram dizendo que o pai poderia ser qualquer um da classe, morô? Já que a mina tinha aprontado com todo mundo, de A a Z. Pô, como descobrir agora o dono da arte? Os pais da Lu ficaram irados. Diziam que se encontrassem o engraçadinho, iriam fazer picadinho do malandro.

Meu, a galera ficou se borrando. Cara, ninguém queria assumir um bacuri logo aos 17 anos. Ninguém queria uma responsa do tipo arcar com as conseqüências, sacô? Pô, meu, os pais da Lu também pisaram! Esse papo de deixar a filha fazer as coisas em casa, com medo da violência lá fora, num tá com nada! Aprontaram com a mina na barba dos véio, pô, meu, até a rapaziada achava aquilo bizarro, do tipo: adrenalina pura!

Mas sabe, bicho, depois que o filhinho da Lu chegou, todo mundo lá na escola pensou que a farra fosse acabar, sabe como é, deu mole na primeira, num tem a segunda. Que nada! Os véio da Lu são da hora! O quarto da Lu virô o refúgio do Luizinho. Todo arrumadinho, meu irmão! Bichinho de pelúcia pra tudo quanto é lado. Parece o apê da Sasha, malandro! Coisa fina! Quando a Lu leva um brother pra casa, os pais da mina vão pro sofá, numa boa. A moçada diz que a coisa melhorou, e muito, cara. Agora, a farra é no quarto dos véio, na maior cama de casal, muito espaço pra tudo, meu irmão. Os coroas ficam lá na sala, quietinhos, numa nice, assistindo umas parada. Pô, cara, isso sim que são véios boys! Não aqueles veiotes que eu tenho lá em casa. Num me deixam nem pegá o carro, só porque num tenho carta! É mole, meu irmão! Coisa mais careta!!!

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