Sonia Lencione

As árvores balançam os galhos suavemente.
Adoro o balanço delas.
Fico a olhar.
A divagar.
Estou a olhá-las, mas o coração está em outro lugar.
Está distante. Tão longe daqui.
No chão, um ninho vazio.
Já foi morada de alegres filhotes que hoje são pássaros a voar.
Um cão se aproxima.
Quer brincar.
Eu o toco. Os pêlos tão macios.
Olho os pedregulhos, o calçamento irregular, algumas flores.
A pracinha é desprovida de bancos.
Pena!
Posso tudo observar.
É um pouco de verde para enfeitar.
E para purificar o ar.
Olho o céu nublado e penso que estou só.
Estou comigo. Só comigo mesma.
Tenho todo o tempo de mundo para pensar.
Somos, a praça, eu e a solidão das coisas...

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