Olhos faroleiros

Leila de Barros


Teus olhos cor de noite
Brilham e incandescem
Mais que asteróides
Trazem o gosto doce
Das frutas que nem provei

Tuas madeixas emaranhadas
Como redes de pescador
Enredam-me os sonhos
Tanto que já não distingo
O mito e o cotidiano

Quis fugir desses olhos ciganos
Quis velejar em lagos glaciais
Onde teus cabelos eriçados
Não me fizessem cativo
Como velas içadas ao vento

Meus instrumentos náuticos
São teus olhos faroleiros
Que meus olhos mareados
Testemunhos do meu amor
Aguardam em cada porto

Em cada amanhecer...

 

fale com a autora

Para voltar ao índice, utilize o botão "back" do seu browser.