NÃO BOTA
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- Gatinha, eu te amo! - Ah, meu gatão, também te amooohhh!... Splash, sclook, splash, hummmm! Hummm! (desculpe leitor, mas é difícil transcrever o som de dois lábios se beijando - foi o melhor que imaginei para esse momento tão... tão... sublime). - Tatá, tira o casaco, vai, minha gatinha! Anda, anda, tiiiiraaaa... - Mas, Caquinho, tá muito friooô! - Ah, eu te aqueço, minha gatinha! - Tá amor! Enquanto ela tira o casaco, mais Splash, Sclook, splash, hummm! Hummm! Hummm! - Amorzinho, tira a blusinha, vamô, tira! - Mais amorzão, tá muito friooô! - Eu te esquento... Splash, Sclook, hummm! Vai, tira, tiraaaahhh! Agora ela tira rapidamente a blusa sem Splash, Sclook... Deita-se novamente e aí sim, voltam os beijos: Splash, splash, sclook, Ahhhh! Ahhhh! Huuummmm! - Tatá, a saia tá atrapalhando, tira!... Splash, tira!... Sclook... Huuummmm!, tiraaaah! - Mas, Caquinhoooôô, tã muito, Splash, Huuummm, Ahhhh!, muito friooô! - Tira, tirahhhhssshhh! - Tô tirann... já tireiiiihh... Splash, sclook, sclook, ahhhh! - Amor, agora a botaaaah, tira a bota. minha gatinhahhh! Hummm! Ela senta-se na cama, afasta-o com os dois braços, fecha a cara: - Não, Antônio Carlos, a bota eu não tiro! - Ah, é, Maria Rita, você não tira essa maldita bota, nem que eu implore??!! - Já disse que não, Antônio Carlos! Ele olha pro relógio e chega à triste conclusão que já estavam ali, naquele caríssimo quarto de motel por quase uma hora. Estava na hora de ir. Se ficasse por mais algum tempo, o dinheiro da mesada do pai não daria para pagar a conta... - Ah, então é assim, Maria Rita! Vamos embora, e já! Ela cai no prato, pede desculpas, começa a tirar as botas, implora perdão... - Vamos, vamos! Sei que você está com aquelas meinhas de florzinhas aí, embaixo destas botas horríveis. Sei também que não vai querer tirá-las. Que coisa mais ridícula, meia de florzinha! Desesperado, olha pro relógio. Faltam poucos minutos para completar a hora no luxuoso motel... - Anda, Maria Rita, bota logo essa maldita bota, bota... |