BRASILEIRÍSSIMA
José Luís Nóbrega
 
 

Prepararia para o seu AMADO batista um belo jantar de reconciliação.

O prato principal deveria ser assim, um prato dudu NOBRE. Pensou em servir um édson CORDEIRO, mas achou melhor preparar um paulo COELHO assado com legumes. Como entrada, LULA com molho maionese.

Para beber, um vinho tinto débora SECCO, presente de uma amiga que morava em mel LISBOA.

Preparou uma receita antiga para a sobremesa: doce de marília PÊRA com calda de camila PITANGA.

Os talheres deveriam ser chiques, todos de mário PRATA. A mesa seria decorada com um arranjo de HORTÊNSIA, noel ROSA e alguns tony RAMOS de samambaia. Depois do jantar um cafezinho seria servido em xícaras e alexandre PIRES de porcelana oscar SCHMIDT.

Com tudo pronto, tirou ela sua calça rita LEE para vestir seu lindo vestido longo azul roberto MARINHO. Nos pés, uma sandália PRETA gil de salto alto. Aguardou a chegada do jorge AMADO, que não costumava se atrasar. Sempre fora ele um homem jorge PONTUAL...

A campainha toca. Ela atende, e controla a ansiedade pra não dar manuel BANDEIRA. Ele entra antônio CALLADO. Ela sente então que a tentativa de reconciliação terminará... sem nenhuma GLÓRIA perez.
Tomado o último cálice do vinho tinto débora SECCO, importado de mel LISBOA, ele continua mudo, SÓ PRA CONTRARIAR. Ela então esquece da miguel FALABELLA que havia ensaiado durante todo o dia para dizer naquele final de noite.

No meio da sala, a SENNA final. Ele jura por todos os silvio SANTOS que um dia poderá ela maurício MATTAR. Num ato marieta SEVERO contra si mesmo, dá um soco no patrícia PILAR, e sai dali, TIRIRICA da vida, uivando feito um edu LOBO. Ela sozinha na sala permanece, olhando os antigos jânio QUADROS pendurados na parede desbotada...

 
 

email do autor