A MENINA DO SÓTÃO CRESCEU
Vera Vilela
 

A menina do sótão cresceu, amou, e de tanto sofrer, se prometeu jamais permitir que alguém a fizesse chorar novamente.

Um dia um poeta lhe prometeu, jamais sofrerá por amor, o amor é para sorrir e não para chorar. E ela acreditou.
Mas continuou se protegendo.

Um cavaleiro então rompeu a armadura forte e se mostrou cheio de Sol. Parecia ser o passaporte para a felicidade. E a menina sorriu, seu coração amoleceu. Ela sonhou, sonhou e sonhou. Seu sorriso novamente se abriu, ela sentiu algo estranho no peito a lhe aquecer, como se aquilo tudo o que vivia fosse o sonho em forma de realidade. Ele vinha em seu cavalo branco alado, rodeado de chuva leve e branca, num dia limpo e frio, que lhe aquecia mente e coração.

Mas tudo foi tão rápido, o cavaleiro não ouvia as palavras que a menina sussurrava ao vento, ele apenas se mostrava altivo e nada respondia.

Ela então foi se entristecendo, a dor tomava conta do seu peito novamente e se sentia humilhada em seu amor mudo, achou que seus gritos eram altos o suficiente, mas, eles morriam na praia.

Voltou ao sótão, escuro e empoeirado onde era feliz a seu jeito, sem sustos ou novidades. Como companheiro apenas o velho baú de lembranças de tempos felizes.

(divagações)

 
 

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