PASSAPORTE
Zeca São Bernardo
 

Cartas de namorados, sorrisos!
Bilhetes de despedida com uma
Única palavra: Adeus!
Guardados numa gaveta com muitas
Lágrimas.

Ah! Aquele perfume, daquela morena!
Aquele sorriso que acompanhou aquela
Musica no valsar daquela noite que nunca
Consegui esquecer...

Papéis de bombons de mil cores,
Lembrando um sem fim de sabores de minha
Terra e que minha boca nega-se a esquecer!

Trovas e outras quadras, haicais
Compõe quadro que não se pendura
Na parede mas que os olhos não deixam
De ver!

Sonetos, madrigais, odes,
Contos, crônicas, romances e
Novelas...tantos mistérios e enigmas
A se resolverem sozinhos depois que eu me for!

Versos livres como estes, desobrigados
Com a métrica e feitos quase sem uso da gramática.
Pura emoção versificada.

São só os itens que constam
No passaporte de um viandante qualquer
Disposto a aprender a amar. E que
Crê, estupidamente ainda o crê,
Que tudo é poesia...

 
 

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