LETRAS 18X12
Bruno Pessa
 
 

Não é de hoje que me acostumo com a perda de ruídos familiares e feições chegadas. Como tudo na vida cujo preço dói, o telefone faz o que pode dentro das limitações orçamentárias da classe média-média, pois não podemos cometer abusos, tenha dó. De uns tempos pra cá, vejo a rede dos agá-tê-tê-pê crescer assustadoramente no rumo do meu jovem corpo, trazendo longínquas visões à tona.

Perto de qualquer coisa presente nessa esfera amorfa, reapresento-me a cada contato perdido por anos de reviravoltas e findos processos. E as surpresas, quão agradáveis, me pegam do nada, não mais com fotos 3x4, mas com letras 18x12, no ecrã da vida que revive nos laços reatados pelo saudosismo tão doce como algodão doce. Por que resistir à gostosa viagem no tempo a dezenas de cabáites por segundo? Perdido nas teias virtuais, me encontro com sorrisos reais.

 
 

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