UM POETA QUANDO AMA
Adão Jorge dos Santos
 

Sou poeta por sua causa. Comecei escrever poesia no exato momento em que vi você. Não sabia o que escrever. Não gostava de poesia, tanto que os primeiros versos nasceram desprovidos de racionalidade, careciam de afeto. O primeiro poema que escrevi falava do quanto te amava , do que sentia e o que queria com você. Confesso que fui muito direto. Coloquei meu coração em sua mãos.

Eu disse que você era a minha Musa inspiradora. Você achava graça de mim e das minhas poesias. Eu achava você uma graça. Amar você foi a minha desgraça.

Quantas noites passei em claro escrevendo seus poemas. Sim. Seus poemas. Foram escritos para você. Eu não posso entregar a outra. São suas poesias. Sempre serão suas poesias.

Apenas pergunto das horas paradas, aquelas em que eu ficava pensando em você, tantas horas desperdiçadas por alguém que hoje esta longe. Não que você não merecesse. Mereceu cada momento pensado. Só que minha vida girava em torno de você, eu não estudava, não fazia nada, você era o centro das minhas atenções.

De que me serve se você bem me quer, se despatalada a flor, e mesmo sentindo tanto amor, você mal me quer, me quer, e mesmo você mal me querendo, pergunto; de que valeu tanto pranto, se o que na vida mais quis foi fazer você feliz.

Mesmo que o mundo parasse de girar, que o tempo realmente parasse, mesmo assim, meu coração ainda continuaria batendo por você.

Porque Um poeta quando ama. Ama. Não espera ser amado. Apenas ama.

O tempo não para mesmo para os que amam. Esta é a verdade.

 
 
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