NO EMPÓRIO DOS CÉUS
Pedro Brasil Junior
 
 

Uma estrela cadente!...

E com ela, dita "estrela", nossas ilusões foram passando de pai para filhos.

Fragmentos perdidos no espaço que são puxados pela força gravitacional da Terra.

Cientificamente, ditos "meteoritos" que ficam incandescentes quando adentram a atmosfera.

Nas noites limpas em que contamos estrelas e com elas os nossos sonhos, dezenas dessas "estrelas cadentes" chegam para dar um brilho a mais no céu.

Espetáculo de luzes feito um flash! E lá se vão com elas os nossos pedidos de todos os tipos.

Apesar dos avanços todos que nos cercam, ainda vivemos sob a tradição misteriosa dos segredos dos céus.

Lembremos das divindades do Sol e da Lua que por séculos aterrorizaram a vida dos tribais e mais ainda, durante os eclipses que causavam todo tipo de desgraça iminente.

Apesar da tecnologia, ainda nos damos ao luxo de olhar para o infinito e nos deixar levar pela ansiedade dos desejos, dos sonhos, das ilusões e dos segredos que assolam nossa mente, nossa alma e nosso coração.

Estrelas nascem e morrem e ainda assim continuam a brilhar!..

Estrelas caem a todo instante sobre o planeta. À noite, riscam os céus e causam certo encantamento.

Nossos pedidos se escoam na mesma velocidade em que elas desaparecem. Mas ficam lá, em algum lugar do coração, devidamente registrados.

A arte de pedir e de ser atendido é uma constante em nossas vidas. Os maiores pedidos são de amor, que chegam a empatar com os que direcionam-se ao dinheiro ou à fortuna.

Em todo caso, pedir é um verbo muito usado em qualquer lugar do mundo. Se entramos na igreja ou no templo, deparamos com a divindade e a ela ou ele, pedimos tudo o que é possível e muitas vezes impossível.

Me parece ser o céu um grande empório, onde Deus, em suas configurações distintas, é o balconista responsável em nos atender ininterruptamente. Haja trabalho para um homem apenas e os pedidos se avolumam, um após o outro.

Uns chegam pelas estrelas que queimam na atmosfera, outros pelas moedas que são jogadas nas fontes ou poços de desejos, outros pelos joelhos em terra nos templos sagrados e uma outra quantidade, que fazemos todos os dias, em diversos momentos, enquanto pensamos em nossas vidas e em nossos problemas.

Há um dito popular que diz: "quem não pede não ganha". Me parece que a maioria das pessoas leva isso tão a sério que no momento em que elas são abordadas com um pedido, ficam completamente desorientadas.

Acredito que pedir seja uma válvula especial, capaz de nos impulsionar vida afora em busca de um objetivo ou de alguns objetos.

Não importa! Precisamos invariavelmente viver pedindo no entanto, os esmoleiros de plantão continuam a ser aqueles que nas ruas, entre os carros ou nos degraus das igrejas nos pedem uma simples moedinha.

Somos sim, indigentes bem posicionados. Temos muitas vezes tudo o que precisamos, mas um pedido a mais nunca é demais.

Nessa busca de pedir sempre mais, deixamos de doar sempre mais e como o complexo do movimento de vida é dar para receber, precisamos antes de pedir, atender os pedidos que nos chegam. Talvez venham pelas estrelas ou por um bater de palmas no portão. Então, para que o círculo tenha movimento, primeiro vamos atender e depois esperar para ser atendido. É uma regra simples que a maioria conhece mas faz de conta que não existe. Puro comodismo!

E eu, para não fugir à regra, faço vez ou outra os meus pedidos. Mas sempre usando de cautela, bom senso e procurando ser o mais objetivo possível afinal, um pedido mal feito pode trazer transtornos.

Imagine o que deseja em todos os detalhes e quando pedir "aos céus" seja específico nos detalhes pois, o universo entende a linguagem mas não pode ser exato se porventura entender que algo parecido com o que você pediu é o que você pediu.

E quando olhar as estrelas.... peça! Peça pela paz no mundo, pelo sorriso das crianças, pelo ar puro, pela água cristalina, pela compreensão e inteligência.

Temos livros, bibliotecas inteiras, completamente esquecidos. O conhecimento é ferramenta indispensável para que se possa alcançar o que se pretende. Mas queira ser autêntico, busque o simples, o mais prático e o que realmente te faça feliz.

Não esqueça do essencial, que é mais importante do que o material.

Faça seu "pedido" com fé e entusiasmo e, se por acaso escrever errado, como por exemplo "perdido", não vá ficar zangado se alguém te presentear com um mapa ou uma bússola. O universo faz acontecer e depende de você, apenas de você, definir o que deseja e que isso, sempre seja para o benefício e o bem estar de todas as pessoas.

 
 

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