VELHO BABÃO, ISSO SIM!
Nicole Koll
 
 
Ei, você! É, você mesmo. Acha que não sei que veio matar as saudades? Claro que sei, claro que veio. Pode dar risada. Será que ficou sem graça? Não precisa, ninguém tá olhando. Ou melhor... Fique sim! Você fica uma graça sem graça. Ai que raiva! Raiva? É sim! Muita! Tanto de você quanto da maldita téclinha de "insert". Não sei qual é a raiva maior. Acho que tua, apesar de mais recente.

Como você ousa, sumir (por enquanto, de verdade) assim? Tá certo, melhor assim. Mas justamente agora que comecei a te ler? O outro, o amante, acabei esses dias. Tem gente me pedindo emprestado. Empresto não. É especial. Ou melhor, empresto sim! Queimo! Não, queimar não tenho coragem. Tão bom que foi! Empresto pra Cris, que é um anjinho. Além de linda.

Mas a minha raiva maior é te pegar pra ler. Como você ousa me fazer rir? Ainda mais no ônibus? No ônibus de Curitiba! Não sabe que nenhum curitibano que se preze ri em ônibus? Bem, besteira minha. Já sei, vou te chamar é de Beto. Você nem gosta mesmo, azar o seu. Em condição de passado, não tem escolha. Você me esquece, eu te esqueço.

Pois bem Beto, tô com raiva e saudades. Te mato de minha rotina, tão fácil quanto mato aula. Sigo de minha adolescência e você de sua envelhescência, sem um nada do outro. Você agora é personagem de crônica que ninguém lê. Você faz o que eu quero, quando e a da forma que eu mandar.

Pirilimpimpim... Tudo se recomeçou de volta. E sem/com você.
 
 
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