INSEGURANÇA
Suzana Garcia

Trêmula carta em minhas mãos, goteja
Água pura e meu coração lampeja
O sal da terra o sal do mar que almeja
A vida luz que minha alma deseja

Não são as palavras que me corroem, o tempo
São as intenções que me destroem, a tempo
Na tentativa de findar a vida
Li esta carta pra abrir ferida.

Ninguém gosta de ti - dizia ela
Eu te odeio ainda mais, reli
No conta gotas da terceira página
A consciência busca o coração, e ri.

Na impaciência deste ódio infame
Sai à rua sem nenhum vexame
Tratei de ir a sua casa bendita
Pra te expor meu amor, maldita!

E sem pensar quando abriste a porta
E sem pensar apontei o cano
E em referência a um triste engano
Hoje é Marta e não Lola que está morta.

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