LIVRE
Maria Cláudia Mesquita
 
 

Virei a primeira página e nada, o livro estava em branco. Não me conformei com o nada-branco da história que começou a revirar dentro de mim como um sentimento vazio, de perda, de falta. Observei melhor e percebi que as páginas em branco mudavam de cor me pedindo vida. Li cada uma delas vivendo cada letra que despontava aos meus olhos no preencher de espaços. Bebi daquelas páginas com sede de quem busca um novo texto, um novo tema. Conformei-me ou quem sabe simplesmente me confortei.

Foi assim que mais um livro se fechou, no mesmo momento em que passei meus olhos sobre o último ponto da última página. Foi assim que um novo universo abriu dentro das páginas brancas cheias de mim.