POEMA DO 'NÃO PERTENCE'
Elaine Grava
 
 

É quando no outro existe armadura em se tratando de abraço, aquele emaranhamento.
Quando das mãos amorfas ao se encontrarem com outras.
Quando dos olhos fugidios,
da rua sem flor,
da ave sem canto, sem viço, sem graça.
É quando do peito sem cor, esquivo.
Quando da falta de envergonhamento.
É quando me deito em outro solo que não seja teu regaço.
Quando da ferrugem das coisas,
da aspereza no pronunciamento,
da falta de escutamento tanto do que está dentro quanto do assovio leve que vem de fora.
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Quando tudo isso acontece, eu sou estrangeira.