A CARTA QUE NÃO FOI ENVIADA (2)
Nelinho Moraes

Assis, verão de 2007

Sábado fui àquela choperia.
Lembra? A mesma que te levei quando éramos enamorados.
Pedi o mesmo daquele dia.
Chopp bem gelado e uma porção de cupim casquerado.
Mas que droga!!!
O cardápio era o mesmo, mas eu estava sozinho.
Até a noite estava igual... com o tempo meio chuvoso.
A garoa caia lá fora e também dos meus olhos.
Pois o local e o cardápio eram os mesmos
Mas você na estava e a solidão me dominou.
Dois bárbaros ... dois aparentemente eternos enamorados.
Fiquei me lembrando de como parecíamos ser felizes
De como parecíamos haver nascido um para o outro.
Nosso loucos e longos beijos molhados de chuva
Dois corpos e duas almas se entrelaçando por dentro das roupas molhadas pela chuva.
Uma delícia... que eu joguei fora.
Dois bárbaros ... dois aparentemente eternos enamorados.
Parecíamos mesmo haver nascidos um para o outro
Mas você se foi sem nem dizer adeus
Minha confiança demais me fez te perder
Pensei que pra você apenas o meu amor seria suficiente
Sábado fui àquela choperia.
Lembra? A mesma que te levei quando éramos enamorados.
Mas confesso que me arrependi.
Pois você não estava lá
Lágrimas caíram do céu e dos meus olhos
E eu chorei ... chorei muito.
E aqui estou agora
Escrevendo esta carta
Que eu sei ... jamais lhe será enviada
Jamais será lida por você
A única e verdadeira razão da minha pobre existência
Minha confiança demais me fez te perder
Pensei que pra você apenas o meu amor seria suficiente
E por não cuidar bem de você
Terminei sozinho ... sozinho e triste
Triste e amargurado
Amargurado e ferido
Ferido e sangrando
Sangrando na alma
Alma que todo o dia chora
Chora e lamenta a sua ausência
Ausência que não irá se findar
Pois você partiu para nunca mais retornar
Me desculpe por mais este desabafo
Ou melhor ... não precisa perdoar não
Pois esta é apenas mais uma carta
Uma carta declaração de amor
Do amor do qual você não quer mais saber
Dois corpos e duas almas se entrelaçando por dentro das roupas molhadas pela chuva.
Uma delícia... que eu joguei fora.
Dois bárbaros ... dois aparentemente eternos enamorados.
Parecíamos mesmo haver nascidos um para o outro
Mas você se foi sem nem dizer adeus
E agora ... nem mesmo tenho coragem de lhe remeter
Esta mais nova carta que acabei de lhe escrever
Fica em paz.... vou continuar aqui...
Chorando e lamentando a sua partida
E que Deus tenha piedade deste meu pobre coração
Beijos ... do seu eternamente apaixonado

Tchau!!!

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