NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA
Suzana Garcia
 
 

Zé Manso, este, é seu apelido, passou no vestibular em veterinária na USP e viu-se obrigado a sair da fazenda de seu pai e tentar uma vida mais urbana. Vale explicar que "Manso" foi dado por seus amigos. José de Arimatéia Palmeiras de Albuquerque, na verdade este é seu nome, o qual nega até o último fio de barba, não só por ser descendente de nobres, mas também para esconder ser herdeiro de uma das maiores fortunas da cidade, nuna havia saido da fazenda apesar de tanto dinheiro. Seu pai Coroné Teutônio, pagara altos salários para professores particulares.

- Só os melhores !Pro meu filho, só os melhores!

Primeiro dia de aula e lá vai Zé Manso pra semana de trote. Foi pintado, andou de quatro, cortaram-lhe os cabelos, e Zé Manso fazendo sempre juz ao apelido.

Os veteranos gostaram do jeito do Zé, em sua grande maioria, os "bixos" como são chamados os alunos do primeiro ano, não gostam nada, nada das brincadeiras. Mas, o Zé não. Riu de tudo.

À noite, na balada dos bixos, os veteranos deixam o Zé escolher em que lugar todos iriam se divertir:

- E ai Zé ? Onde vai ser?

Dizia um deles. E o Zé enchendo o peito, querendo mostrar que conhecia São Paulo disse:

- No Tão !

O que ? O que esse cara tá falando meu! Disse um dos alunos.

- Sei lá, que raio de Tão é esse? Retrucou outro.

- Ora, minha gente, disse o Zé. No Tão. No Tão Brasil!