GARRAFA
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Carvalho de Azevedo
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Sem vida, jaz de pé, como um paradoxo Na prateleira de um bar. Azul, quem te deu essa cor? (Azul, dizem ser a cor da felicidade!) Vazia, quem te sorveu o líquido, E de quem foste testemunha da embriaguez? Por que não te jogaram fora Atirando-te ao lixo, Já que não tens mais o líquido Que embriagou teu dono (quantas vezes)? De quantos porres foste testemunha, De quantas palavras, de quantas juras, De quantos beijos? Que esperas, aí inerte? Que te quebrem e te transformem em cacos? Como em cacos encontra-se meu coração? Que te reciclem e aproveitem de ti o azul? Ou esperas que como eu, reciclado, De novo volte a ter conteúdo Para de novo satisfazer o prazer De quem nos sorveu a vida ...? |