OS PARANORMAIS: ESTOU COM VOCÊ
Bruno Pinheiro de Lacerda
 
 

(...)


Só estamos sós, enquanto acreditamos que nos encontramos sozinhos; mas, no momento em que percebemos as pessoas que estão a nossa volta, que querem nos amparar e que nos transmitem amor, descobrimos a energia de que precisamos para vencer nossos obstáculos. Todos nós precisamos da energia ofertada por aqueles que nos amam; contudo, essa energia não é só necessária, é essencial para aqueles chamados de: OS PARANORMAIS!


Daniela estava em uma sala, sozinha, de cabeça baixa, triste. Ela perdeu o torneio e, agora, isso não importava mais, porque não haveria torneio mesmo... Agora, uma luta sem propósito parecia se iniciar... E, ela não poderia buscar por seu irmão. Ah, sim, ela estava sozinha, sozinha! Daniela não tinha família, nem amigos... Ninguém por ela! Amanda, que sempre esteve com ela, era falsa... Ah, mas, pelo menos, Amanda encontrou o irmão dela, pelo menos ela poderia ficar do lado do irmão... Era verdade que David parecia seguir um caminho de trevas, mas, que importava isso? Se Daniela encontrasse seu irmão, ela o seguiria, não importava para que caminho... Amanda conseguiu, encontrou o irmão dela... E Daniela? Ah, ela estava ali, lutando sem motivo, sem razão alguma e, o pior, sem perspectivas. Ela jamais encontraria o irmão... O mundo é grande... Ele poderia estar em qualquer lugar, não é?


Uma voz interrompeu os pensamentos da menina, para o desgosto dela:


_ Você está bem? _ Quem perguntava era Caio.


Daniela não gostou de ter sido interrompida nos seus pensamentos... Ela respondeu:


_ Estou.


Resposta seca. Caio insistiu:


_ Não parece...


_ Por que não? _ Questionou Daniela, com um leve tom de cinismo na voz.


_ Ah... Você está aí, calada...


_ Não tenho o que falar e nem com quem falar. Eu estou sozinha... Não tenho ninguém. Não tenho família, nem amigos, nada. Eu estou sozinha.


_ Está? _ Caio sorria e tinha um leve tom divertido na voz.


_ Está brincando comigo, garoto? _ Daniela irritou-se. _ Não me faça perguntas idiotas! Você sabe a resposta para o que acabou de perguntar, não seja tolo!


_ Não, eu não sei a resposta... Você acha mesmo que está sozinha?


_ Eu não acho, isso é fato certo e incontestável! Eu jamais acharei o meu irmão no meio desse mundo enorme! Eu não tenho amigos... Ninguém mesmo! E... Bem, sem amigos e sem família... Parece-lhe que não estou sozinha? Ora, deixe de ser idiota! É claro que estou sozinha!


_ Bom, se você acredita mesmo nisso, então você está sozinha mesmo. Daniela, entenda uma coisa: nós só estamos sós se acreditarmos que nos encontramos sozinhos. Talvez, se você olhasse pro lado... Deixa pra lá, não vou te irritar mais, tentando mostrar o que você não quer perceber.


Dizendo isso, Caio se foi. E o dia passou, lento demais na opinião de Daniela. A noite chegou.


Céu deserto... Não havia estrelas, nem luz, nem Lua e, talvez, nem mesmo trevas... Parecia que o Céu estava refletindo o vazio que havia nos corações de nossos heróis naquela noite. Leandro estava sentado, ao lado de Caio, triste por ter que lutar por algo que ele nem sabia o que era, por um motivo que ele desconhecia... Daniela estava em um canto, afastada de todos, sozinha... Ah, droga! Por que aquela luta inútil? Ela não sabia por que lutar... Nem por quem. Ela estava sozinha... Por que Caio não a deixou morrer naquele dia? Teria sido tudo tão melhor! Sozinha... Sim, sozinha... Ela estava sozinha, ou, pelo menos, era isso o que ela pensava. Caio era o único que não estava deprimido... Ele pensava no que David queria... O garoto estava muito curioso para saber, mas, Zenildo jamais o contaria... Que pena!


Nesse momento, sombras surgiram do nada. As sombras tinham uma energia negativa enorme! Leandro sobressaltou-se:


_ O... O... O que é isso?


_ Ah, não... Não é possível... _ Caio murmurou.


_ O que é isso, Caio? Você sabe? _ Leandro insistiu.


_ Sim, sim, sei... São clones de sombra...


_ O quê? _ Leandro não entendeu.


_ Clones de sombra, Leandro. Eles são clones de um paranormal... Algum paranormal poderoso os criou... Mas... Mas... Como... Eu não entendo! Essa é uma técnica muito poderosa e... Quem fez isso?


_ O que essas sombras querem aqui? _ Questionou Leandro.


_ Não sei... Eu não sei, Leandro, infelizmente não sei.


Os clones foram na direção de Daniela. Percebendo isso, Caio tentou, usando seus poderes de paranormal, tirar Daniela de lá; todavia, foi tarde demais. As malditas criaturas pegaram Daniela e a levaram dali; a garota parecia não resistir à captura. Caio tentou seguir as criaturas, contudo, foi inútil.


_ Droga! _ Gritou Caio. _ Por que aquelas criaturas fizeram isso?


_ Não sei, Caio, mas nós nunca mais veremos aquela garota... _ Disse Leandro.


_ Está errado, Leandro! Eu vou encontrá-la!


_ Ah, é? E... Como pretende fazer isso? Eu não sinto a energia dela, Caio, e, sem sentir a energia dela, não poderemos saber onde ela está.


_ Mas eu sinto a energia dela, Leandro!


_ Sente? Como?


_ E eu vou encontrá-la!


_ Caio... Onde é que você vai?


_ Vou resgatar Daniela.


_ Vou com você, então!


E os dois foram. Caio voava muito rápido. Leandro gritava:


_ Ei! Espera! Espera, Caio! Droga!


O paranormal usou uma de suas especialidades:


_ [Haley!]


E ele subiu em um cometa e o cometa voou atrás de Caio. Agora o cometa era mais rápido que Caio e Leandro falou:


_ Agora você vai comer poeira!


_ É mesmo? _ Caio perguntou, sorrindo. _ Vamos ver, então! [Energia em velocidade!]


E Caio ficou novamente mais rápido que o cometa.


_ Ah, droga! _ Leandro se lamentou.


Enquanto isso, em um castelo, um paranormal dizia a Daniela:


_ Muito bem, menina, meu objetivo não é matá-la, mas... Você morrerá, se ninguém vier te salvar. Sinceramente, se eu fosse você, eu não me preocuparia... Sei que alguém virá até aqui para salvá-la... Ah, eu estou louco pra lutar contra ele!


_ Você está enganado. _ Daniela falou.


_ O quê?


_ Eu não tenho ninguém por mim... Ninguém virá me salvar. Se quer me matar, faça isso logo!


_ Não... Sei que ele virá! Bom, você está na torre do gelo. Aqui é frio, sabe? Mesmo você tendo o gelo como uma de suas especialidades, você morrerá dentro de... Vinte e quatro horas. Bom, boa sorte pra você! Ha ha ha ha ha ha ha ha!!!


E o estranho paranormal saiu da torre, desceu as escadas e ficou esperando, no pé das escadas.


Daniela estava lá, triste, pensando:


_ “Ah... Eu... Eu não tenho ninguém pra me salvar... Droga! Por que a vida sempre foi tão dura comigo? Droga! Se meu irmão estivesse comigo... Ah, Deus! Por que tudo isso? Eu não tenho por que lutar... Não tenho... Não tenho nada... É, a morte não deve ser tão ruim... Eu não tenho ninguém, ninguém.”.


A menina chorava... Lágrimas rolavam pelo seu rosto... A temperatura cada vez mais a enfraquecia e congelava. Sim, ela morreria, sozinha. Ninguém choraria sua morte, ninguém sentiria falta dela, ela morreria ali, sozinha, sem ninguém. Ah, sim, sozinha!


Caio voava na maior velocidade que conseguia e Leandro, mesmo no cometa e usando toda a velocidade possível, tinha muitíssima dificuldade de acompanhar o amigo.


Caio estava próximo ao castelo. Ele podia sentir que estava próximo a um castelo. O castelo tinha uma energia muito maléfica e mística. O Céu estava como antes, vazio...


Caio voava, voava e, quando chegou na porta do castelo, pousou no chão. Então, Amanda se colocou na sua frente.


_ Veio resgatar Daniela, não é, maldito? _ Amanda falou, com ódio na voz e no olhar.


_ Exato! E é isso, precisamente, o que vou fazer! _ Caio falou e ordenou: _ Saia da minha frente, garota inútil!


_ Ora, quem você pensa que é pra...


_ Não perca tempo com esse lixo, Caio! _ Quem falou foi Leandro, que acabou de chegar. _ Deixa ela comigo e vá em frente!


_ Tudo bem, Leandro! Nos vemos aqui, quando eu voltar, ok? _ Perguntou Caio.


_ Tudo bem, Caio, eu te espero aqui! _ Respondeu Leandro.


Caio entrou no castelo e foi adiante; Leandro ficou lutando contra Amanda.


Amanda disse:


_ Eu vou acabar com você, amigo de Caio!


_ Ah, vamos ver, garota falsa!


E a luta começou.


Amanda lançou:


_ [Nuvem Eletrônica!]


Leandro foi atingido. A energia vital dele ficou em 90%. Leandro revidou:


_ [Canhão de Luz!]


_ [Proteção de Prata!] _ Defendeu-se Amanda.


A energia vital dela ficou em 80%; a defesa foi eficiente, mas o ataque de Leandro era mesmo muito bom! Leandro disse:


_ Então o seu cristal é de Prata, não é?


_ Esperto você, não é, Leandro? _ Ironizou Amanda.


_ Bom, vou bombardear a sua prata com o meu Canhão de Luz! [Canhão de Luz!]


Nesse momento, Amanda retirou um espelho do bolso e conseguiu, usando o espelho, refletir o golpe contra Leandro; o garoto ficou com 65% de energia vital. Amanda zombou:


_ Ah, Leandro, nós, meninas, sempre vaidosas, carregamos conosco direto um espelho, sabe? Ha ha ha ha ha ha ha ha ha! Seu ataque não vai funcionar contra mim, garoto! Agora, tome isso! [Corrente Elétrica!]


E Leandro foi atingido, ficando com 30% de energia vital apenas; o menino foi ao chão.


_ Você é patético, Leandro! _ A irmã de David falou. _ Você não tem motivos para estar aqui! Por que está lutando?


Era verdade, Leandro não tinha motivos para lutar... Ou será que tinha? Por que ele estava lutando? Ah, sim, agora ele se lembrava! O melhor amigo de Caio (e talvez o único amigo) respondeu, erguendo-se:


_ Amanda, eu tenho um motivo pra lutar! Eu luto pelo meu amigo, luto por Caio! E não vou perder pra você!


_ Vamos ver, então! [Núvem Eletrônica!]


Leandro foi atingido e sua energia vital ficou em 25%. O garoto disse:


_ Não vai me vencer, maldita!


Então, ele preparou um ataque fortíssimo e falou, antes de lançar o ataque:


_ Vou lhe dar um ataque realmente forte e você se arrependerá de ter vindo aqui tentar impedir Caio de salvar Daniela!


_ Ah, é? E... Por que você se importa com Daniela?


_ Eu não me importo com ela!


_ Então, por que está aqui?


_ Eu já disse! Estou aqui, por Caio! A menina parece ser importante pra ele e, se ele quer salvá-la, eu o ajudarei! Agora... Adeus, Amanda! Vá pro inferno!


Leandro, então, lançou:


_ [Réplica Solar!]


Amanda foi atingida duramente e jogada longe. A energia vital dela ficou em 10% e Leandro a perdeu de vista. Ele pensou:


_ “Acabou... Ela deve ter morrido.”.


Caio avançava pelo castelo. Cada vez mais ele se aproximava de onde Daniela estava. Sim, ele sentia a energia dela cada vez mais próxima. O garoto chegou ao pé de uma escada, que dava para uma torre. Sim, ele sabia: Daniela estava naquela torre. Sentindo a energia da torre, Caio concluiu que se tratava da Torre do Gelo. De repente, uma voz disse:


_ Ah, Caio... Finalmente você veio!


_ Quem é você? _ Caio perguntou à pessoa que, agora, se fazia presente na sua frente.


_ Eu sou Cândido, um paranormal Isótopo.


_ O quê?


_ Ora, você não sabe o que é um paranormal Isótopo?


_ Não...


_ Todo elemento químico possui um Isótopo... Aliás, vários. Contudo, um dos Isótopo se destaca e concorre pelo direito de ser o elemento, e não o Isótopo apenas. Muitas vezes o Isótopo é mais importante que o próprio elemento, mas é o elemento que sempre leva a fama... Ridículo, você não acha? E, assim como os elementos possuem um paranormal protetor, os Isótopos também possuem! Você, Daniela, Amanda e Leandro são quatro dos cinco paranormais guardiões dos Elementos Fundamentais; David é o quinto. E, eu sou um dos cinco guardiões dos Isótopos Fundamentais... Há cinco, mas um deles nunca foi encontrado. Bom, meu nome é Cândido, e eu sou o Paranormal do Cristal de Deutério, o isótopo concorrente do Hidrogênio. Eu o conheço, Caio, sei da sua vida, muito mais do que você próprio! E eu sempre quis lutar contra você, mas nunca pude! Agora, veremos quem de nós é o melhor!


_ Ah... Eu não tenho tempo pra isso agora! _ Disse Caio.


_ Você só salvará Daniela se passar por mim! Eu a seqüestrei! Pensei que você viria salvá-la e, como sempre, acertei! Agora vamos ver quem é o melhor!


_ Bom, se pra salvar Daniela eu preciso lutar contra você, vamos lá!


E a luta começou.


Caio lançou:


_ [Força e energia!]


Uma boa quantidade de energia saía da mão direita de Caio e ia na direção do oponente dele; contudo, Cândido colocou as duas mãos na frente do corpo e barrou o ataque de Caio. Cândido disse:


_ Não vai me derrotar com um ataque tão simples, Caio! Terá que fazer melhor que isso! Bem, agora é a minha vez! [Energia Contínua!]


Caio percebeu que o ataque lançado por seu oponente era semelhante ao dele. Então, ele lançou:


_ [Absorto!]


Após absorver toda a energia lançada por Cândido, Caio lançou:


_ [Pó de Energia!]


Cândido foi atingido e sua energia vital ficou em 80%. O garoto falou:


_ Ah, Caio, agora vamos lutar a sério! Você receberá um impacto mortal! E eu o destruirei! Morra, Caio! [Poder Mortal!]


Caio foi duramente atingido por uma energia negativa incrível! Quanto ódio! O paranormal do Cristal de Hidrogênio foi ao chão e teve sua energia vital reduzida a 1%. Cândido falou, mais para si mesmo que para qualquer outro:


_ Acabou! Eu venci! Sou o melhor!


No entanto, ele estava enganado. Mesmo com extrema dificuldade, Caio levantou-se. Cândido não acreditou.


_ Mas... Mas... O quê? Como? _ Ele murmurava.


_ Cândido! _ Caio falou, com determinação. _ Enquanto as pessoas que eu amo precisarem de mim, eu não morrerei!


_ O quê? Então, quer dizer que você está de pé e lutando contra mim por... Por... Por Daniela? Você veio aqui, lutar contra mim, mesmo estando só com metade da sua energia vital, por... Por Daniela?


_ Sim! E vou vencê-lo!


_ É mesmo? Vamos ver, então! [Poder Mortal!]


Dessa vez, Caio criou uma barreira de energia estranha em volta dele, que dissipou o ataque de Cândido.


_ Como é que... Como você fez isso? _ Cândido questionou, incrédulo.


_ Cândido! Um ataque não funciona duas vezes contra mim! Agora, eu acabarei com você! [Força e energia!]


_ Eu já disse que não vai me vencer com técnicas tão simplórias, Caio! Mas, se quer brincar, vamos lá! [Energia Contínua!]


Os dois ataques, a princípio, equiparavam-se. Uma grande quantidade de energia se formava entre os dois lutadores. Quem conseguisse empurrar toda aquela energia contra o adversário, provavelmente, venceria. A princípio, a massa gigante de energia estava no meio dos dois. Com o passar do tempo, porém, a massa de energia, que crescia exponencialmente cada vez mais, começou a ir para o lado de Cândido; Caio a empurrava violentamente e com muita força. Cândido não acreditava. Ele bradava:


_ Não pode ser! Como? Como isso é possível? Como? Ele... Ele não pode... Não pode...


Mas Caio estava concentrado e determinado; seu ataque _ “força e energia” _ ficava cada vez mais forte. Então, a gigantesca bola de energia foi finalmente arremessada velozmente e violentamente contra Cândido. Antes de ser duramente atingido, ele gritou:


_ Não, não pode ser! Maldiçããããooooooo! Nããããoooooo!!!


E o oponente de Caio foi duramente atingido e lançado violentamente contra o chão. O grito de dor de Cândido foi incrivelmente grande e sofrido. A energia vital dele ficou em 5% e ele ficou quase sem forças para nada.


Com um esforço descomunal, Cândido levantou-se e disse:


_ Parabéns, Caio, você me venceu hoje! Mas, nós nos encontraremos novamente, ouviu? Nós ainda vamos acertar as contas! Eu sei onde está sua irmã... Sei mais da sua vida que você!


_ Você... Sabe...


_ Sim, eu sei! Mas, hoje não vou dizer nada! Terá de me vencer em definitivo, Caio, para que eu lhe diga isso! Porém, hoje não é dia... O dia da nossa batalha final será outro... Ah! Se quer mesmo salvar Daniela, ela está na torre.


Dizendo isso, Cândido sumiu. Caio, então, decidiu correr para salvar Daniela. Certamente, ela não estaria muito bem dentro daquela torre, mesmo tendo como especialidade o gelo. Afinal, mesmo sendo especialista em gelo, ela não podia resistir à Torre do Gelo, uma vez que a torre não só congelava a pessoa, mas também lhe retirava energia vital.


Chegando diante da porta da torre, Caio se concentrou e a transformou em energia; então, absorveu a energia e jogou-a fora. Então, ele entrou na torre, protegendo-se contra o congelamento. Caio se aproximou de Daniela e percebeu que ela estava amarrada. Ele perguntou:


_ Daniela! Você está bem?


A garota, tão distraída nos seus próprios pensamentos, tão envolta na sua tristeza, não havia percebido a chegada de Caio. Caio conseguiu desamarrá-la e ela ficou ali, estática. Tudo o que ela conseguiu dizer foi:


_ Você? Mas... Mas...


Sua voz estava fraca; aliás, ela não estava muito diferente da voz...


Caio apenas a pegou e disse:


_ Vamos!


Então, ele voou e saiu rapidamente da torre. Caio, após sair da torre, voou até uma sala que havia no castelo. O garoto se sentou em um sofá que havia lá e colocou Daniela ao seu lado. Então, ele questionou:


_ Você está bem, Daniela?


A menina respondeu:


_ Sim, agora estou. Mas... Sua energia vital está muito baixa, Caio... Você está bem?


_ Claro! Eu estou ótimo! _ Respondeu Caio, sorrindo, sinceramente.


_ Caio... Por que você veio me salvar? Bom, eu fui extremamente estúpida com você, e... Bem... Eu... Eu pensei que...


_ Pensou que eu a odiaria por isso, não é?


_ Bom, é... É isso. Eu não entendo...


_ Daniela, eu imagino como você se sente. Você perdeu, recentemente, uma amiga e... Isso não é fácil. Eu não fiquei com raiva de você.


_ Mesmo assim... Você se arriscou por mim. Você ainda estava se recuperando das últimas batalhas, sua energia vital estava em apenas cinqüenta por cento e, mesmo assim, você veio e se arriscou por mim. Por que, Caio?


_ Daniela, eu sei que nos conhecemos há pouco tempo e, sei que pode parecer estranho, mas... Você é importante pra mim. Eu só queria que você entendesse que você não está sozinha! Não importa o que aconteça, eu estou com você e, estarei sempre! Você não está sozinha, Daniela, mas eu não posso forçar você a entender isso.


_ Ah, Caio, obrigada! _ Daniela, emocionada, abraçou-o e pediu: _ Caio, desculpe-me! Eu... Eu...


_ Tudo bem, vamos esquecer isso! _ Caio respondeu, abraçando também a menina e passando a mão nos cabelos dela, em um gesto de consolo.


Após um tempo, Caio disse:


_ Bom, vamos sair daqui.


_ Sim, vamos.


E eles foram embora, todos eles (Caio, Daniela e Leandro). Os três voltaram para o lugar onde estavam antes dessa aventura e Daniela voltou feliz e sorrindo, porque agora sabia, agora tinha entendido que ela não estava sozinha.


(continua)