DELÍRIO
Elaine Brunialti
 
 

Quero ser tua deusa e te quero meu deus.

Ainda que de joelhos tenha de lhe implorar.
Coloca luz e calor em minha vida cinzenta.
Vou dizer que te amo sem me envergonhar,
Ainda que muitos tenham de sair feridos.
Faz minha vida ter algum sentido,
Já não me importa mais nada. Tanto faz.
Direi te quero sem falsos pudores.

Peça, simplesmente peça.
Serei o luar que te guia na noite sem estrelas.
Farei-me refúgio para tuas horas tristes,
o sol para aquecer os teus lábios molhados.
O mar onde navegue teus desejos.
Sucumbindo aos teus rompantes paixão.
Serei o furacão das tuas insanidades
O suor do teu êxtase, o cansaço
do teu corpo extenuado
a lucidez da tua insanidade.

Faça-me ser viva nas noites frias de inverno,
Que margeiam o fim da minha vida.
Pois nada mais tem sentido desde que
descobri este amor, que nasceu moribundo.
E, neste meu breve momento de lucidez
Peço-te que mesmo sem saber do meu amor,
Me ame.