*Para Wanda Benedict - que provoca as palavras e com elas declara a sutileza de extrair versos de uma fonte inesgotável!

Das palavras que mandou com o vento
Tratei de criar frases soltas!

Fragmentos de minha alma
Entrelaçados com os teus segredos!

Não foi tão por acaso que apareceste
Pelo caminho.

Soltei coloridas bolas de sabão
Todas sem destino.

Numa delas consegui envolver
O teu coração.

Cores, palavras, filamentos, pura magia!

Todos os direitos, por linhas tortas.

E as palavras se transmutaram
Para notas musicais.

Sem escalas, sem clave de sol.

Música tocada pelo cintilar das estrelas.

Dança dessas musas que jamais
Vêem-se os olhos.

Olhares teus!..

Estes sim; flamejam uma alegria incontida.
Resguardam uma vontade escondida!

Preservam, ainda que nas provocações
O incomparável aroma da vida.

Um parágrafo, um artigo, um inciso
Tudo perdido em folhas perdidas.

Não se declaram leis para os poemas
Não se excluem adjetivos!
Apenas se abre o coração para
Palpitar palavras.

Palavras sopradas pelo vento
Dos lábios teus!

Lábios que desconheço
Mas que muitas vezes, sussurram
Segredos dessa declarada guerra

De versos que nos fazem ir e vir
Nesses vôos lá pelos confins d’alma!