CONTEMPLAÇÃO
Gisa Elle
 
 

Perambulando pelas ruas sem direção,
Olho para as varandas na multidão,
Onde pessoas aparentemente sem intenção,
Agem como aves enjauladas em uma prisão,
Fugindo da violência que causa a destruição,
Da atual fauna, flora e população.

Olhando para o céu vejo só poluição,
Que sem pedir licença penetra em meu pulmão,
Fazendo-me pensar em uma oração,
Que possa conscientizar toda a população,
Da atual força que Deus, através do coração,
Mostra sobre sua criação.

Aparentemente só os mentecaptos entendem a distorção,
Que a alma triste traz em forma de imagem à visão.
Mas as crianças tentam se esconder na densa ilusão,
Fugindo assim da realidade que é passada pela sociedade em vão.
Já os velhos, cansados, jogam xadrez na praça sem emoção,
Por serem excluídos das atividades sociais e da comunicação.

A arte que se faz em baixo do pontilhão,
É a obscuridade fatal da imaginação,
Que se expande de forma banal em um "pastelão",
E que invade nosso cérebro em forma de canção.
Já o Masp, eterno marco de concentração,
É o belo arranha-céu que esconde a cultura do "povão".

É decepcionante ver uma criança com infecção,
Deixada como um indigente no chão.
E um hospital, que sem qualquer atenção
Ou qualquer, por mísera que seja, medicação,
Amenize a agonia que sem razão,
Atinge o pobre quase em "extinção".

Todos animais deveriam ser como o rei leão,
Para assim se safar da podridão,
Que cerca a mente doentia e sem imaginação,
Dos caçadores mercenários que sempre em ação,
Destroem sem dó nem piedade uma criação,
Do Divino ser que morreu em prol de sua salvação.

Essa sociedade hipócrita e cheia de ambição,
Destrói sua imagem a cada temporão,
Pois, por mais pompa que exista na aparição,
A classe alta, com rara exceção,
Tem contribuído para a total destruição,
Daquela que faz parte : a sua nação.