Era um pequeno pé de rosa branca. Havia sido levado com muito carinho e com o mesmo sentimento foi colocado num vaso. Ao longo dos dos dias foi regado com cuidado, a pequena planta ainda um bebê recebia luz suficiente para se fortalecer. Suas raízes ficaram firmes e então o pequeno pé de rosa começou a ter mais luz.

A pessoa que comprou o pé chamarei de Dona Flor, uma senhora japonesa que conhecia minha mãe.

Já se passaram mais de seis anos desde que o pequeno enfante se mudou do viveiro de plantas de meus pais para a casa da filha de D. Flor.

Encontrei-a num ensaio de canto de papai. Fiquei um bom tempo contemplando o ambiente de música e o reencontro com as pessoas da cidade que não via há anos. Era uma criança, e escutei a história de uma "planta bebê" através dessa senhora.

Quando me sentei ao lado dela , meu pai me apresentou a ela que logo em seguida começou a narrar a história do pé de rosa que pegou com mamãe. Ela dissera que ainda estava no mesmo vaso e ainda permanecia florescendo... Não contive as lágrimas...(...)

Falei então que fiquei emocionada pois vai completar dois anos que minha mãe se foi. Ouvindo sobre a rosa eu sei agora com mais certeza que ela está bem viva. Não tinha me tocado sobre isso. Ela deu e vendeu tantos mimos para as pessoas em forma de flores, plantas e elas estão vivas por aí. É como se fosse um estalo, e então posso dizer aqui dentro com um conforto maior: "Ela está viva!", eu já sabia disso, mas agora sei com mais serenidade .

Tenho tido pouca inspiração para criar novos textos desde que ela se foi. Mas hoje, num dia de Finados por ironia, estou podendo delinear este espaço amigo para de alguma forma dar do meu amor através dessas letras.

Desejo que toda vez que puder olhar para alguma coisa por mais ridícula que seja, que se lembre que um dia ela possa ter sido uma luz para alguém. As plantas foram as grandes amigas da pessoa que me trouxe ao mundo junto de papai. Temos que viver de forma a ser uma linda lembrança como esta, não é mesmo. Semeie vida da melhor forma que puder...

Te quero feliz mais uma vez, meu querido amigo...*