NICOLE KOLL

Curitiba - PR

Anjo de Prata desde 20 de Março de 2006

TEMA LIVRE - 197:

Somos

FARRAPO HUMANO - 181:

Saco cheio

VESTÍGIOS - 180:

Vestígios negados

NOITE IMENSA- 163:

16 e pouco...

TÃO BRASIL! - 155:

Ser sua

ANIMAL - 146:

Se

DISTÂNCIA ENORME - 140:

Gabar'el

ESQUECIMENTO - 137:

Velho babão, isso sim!
FASCINAÇÃO - 136:
Fascínio subliminar

Biografia: Era frio em Curitiba. Dia de sete repetido, se começou nas vésperas com a dor de parto. Parto normal de cesáriana. Pai emocionado, irmão sendo carrinho de corrida, e mãe cortada, do ventre ao coração. Famílias estranhas e indiferentemente cúmplides vieram de todos os lugares. No debutamento incial, o susto. Nada da cara de joelho. Nem mesmo o choro inconformado pela nova condição de simplesmente ser! A pequena criança. Coitada, tava mais pra cotovelo. Meio tortinha pra lá, ainda por cima. Tinha uma fosforescencia meio entre azul e verde. Os olhos abertos, cor de sei lá o que, ouviam a tudo atentamente. O sorriso bengalado dava direto nos pés. O coração vermelho sangue (naturalmente, ora pois) ultrajava pela força de pulsação. Os médicos se responsabilizaram pelo ocorrimento. "Operaremos as inormalidades". Família se rebuliçou. Afinal, a criança já tinha acontecido de se nascer assim. Não adiantava mais chorar sobre o leite virado coca-cola. "Mas nem as antenas?", choramingavam os médicos inconformados em não brincar de cortar. As antenas puderam. Viraram modelo de uns chaveirinhos pisca-pisca, tempo depois (direito autorais nunca pagos). Os pares de dedos a mais também foram cortados, deixando as mãos com a aparência irrevogavelmente infantis e pequenas. O que há de se fazer? O azul da pele foi apagado pela fumaça da cidade ecológica dos carros e cigarros. Qual a reação química que se deu, ninguém nunca descobriu. Só se viu o resultado. Uma branquelice tragicamente polaca. Terrível, mas o que há de se fazer? O coração se cansou de bater pra fora devido às inúmeras reclamações dos incomodados transeuntes do mundo, ocupados em escutar o tictac da relógio digital. A fosforescencia permaneceu, mas só algumas poucas borboletas podem ver. O sorriso ganhou dentes com aparelhos. A cabeça se alternou entre careca, cacheada, loira, ruiva, careca... Hoje se tem notícias que a pequena já não é tão pequena assim. Se mistura e se adapta relativamente bem entre os viventes. Falta só ser gente como toda a gente por dentro, por que por fora (apesar dos olhos) o disfarce é perfeitamente comum.