HISTÓRIA CÂNDIDA
Larissa Schons
 
 
Conheceram-se através da irmã dele, sua melhor amiga. Logo na primeira apresentação algo despontou entre eles. Se isso são coisas do destino não se sabe, mas o fato é que a menina a partir daquele dia começou a freqüentar muito mais a casa de sua amiga. E o rapaz ficava cada dia mais preso em casa, curiosamente, no mesmo horário que as meninas ali estavam.

Era inevitável nas tardes de estudo das garotas ele aparecer, interromper o estudo e conversar, demoradamente, com a menina. E como ela gostava, e como ela ria.

Pareciam estar se dando muito bem. Ela a flor da inocência, ele o fogo da juventude. Quem olhava dizia, aí tem.

E as fofocas começaram a surgir. Os amigos do prédio, da escola, a própria família do rapaz faziam comentários maliciosos. Ele não ligava. Ela descobria em tais comentários, a felicidade.

Seria enfim a descoberta do amor?

Não, caro leitor. Ainda não. A menina é um primor de formosura e candura. Algo muito forte tinha que acontecer para ela, enfim descobrir o que era o amor.

E foi naquela noite de sexta-feira que a menina despertou. Festa de aniversário do pai do rapaz. Desde o início da tarde, ela estava presente, ajudando os familiares da casa com os preparativos.

Ela estava feliz, radiante. Horas antes algo lhe chamou a atenção. Foi quando pegou o elevador e deu de cara com uma infinidade de pessoas. O elevador estava cheio e ela não quis subir para não atrapalhar, mas ouviu uma voz familiar que dizia para entrar, o elevador era para 12 pessoas, não tinha problema. Quem falava com tamanho afinco era ele. Subiu colada no rapaz, tocaram-se, pele com pele, ela sentiu um arrepio por todo o corpo. Fosse o que fosse aquilo, era muito bom, estava feliz. Ela se sentia bem ao lado dele, tinha que confessar.

Subiram, chegaram no apartamento, arrumaram os últimos preparativos. Ele com o amigo. Ela com a amiga. No finalzinho da tarde as meninas começaram a se arrumar. Inventaram mil penteados, trajes, acessórios. Faltava a maquiagem. E lá foi a menina até o banheiro. E qual não foi a sua surpresa ao abrir a porta do banheiro? Ele estava ali, lindo, molhado e completamente nu. A sua primeira reação foi fechar a porta. Estava envergonhada. Era a visita da casa, como tinha a petulância de não tocar na porta antes de entrar? O que ia dizer? Com que cara ia ficar? Infinitas perguntas que confundiam sua cândida cabecinha.

Deixou o rapaz sair do banheiro, se dirigiu até ele, respirou fundo e disse que não tinha feito aquilo por mal. Ele não disse nada, ficou olhando, demoradamente, para a menina. Ela não sabia onde enfiar a cara, começava a ficar sem jeito. Aquele silêncio era constrangedor. Foi então que ele puxou-a para perto e roubou-lhe um beijo. Um beijo lento e molhado. Até então ela só havia dado beijos rápidos e alguns selinhos. Mas aquilo, aquilo que era beijo. Suas pernas estremeceram, seu coração disparou, sentia um calor incontrolável por todo o corpo. Era desejo, era paixão.

Estava na cara que eles se queriam, que eles se gostavam. Foi com ele que deu seu primeiro beijo, lento e molhado, foi com ele que namorou seriamente, foi com ele que descobriu as delícias do sexo, foi com ele que viveu uma historia de amor.

 
 
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