MÃE ADOLESCENTE
Juraci

Não acreditou
Quando o doutor falou
Parabéns amigo
Vai ser vovô.
O chão fugiu, escorregou
Balbuciou:
Não pode ser doutor
Idade ela não tem
Apenas nove anos completou.
Ainda nos braços
A boneca de pano
Olha direito esse papel
Com certeza, algum engano.
É uma menina ingênua
Que o nariz ainda escorre
O cabelo embaraçado, não penteia
Nada sabe doutor, só dorme.
É de doer a alma
Pobre criança
Sem infância
Nos braços
Outra criança.
Ao longo de um tempo
A espera acabou
O choro ecoou
A mágoa escapou
Só a alegria ficou.
O fim agora é começo
Menina-mulher embala
Outra boneca
Não de pano.

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