OUTONO EM MEU CORAÇÃO
Yoshie

Era domingo, e como havia me proposto no dia anteiror fui ao parque apesar da chuva morna e preguiçosa, daquela insistente, que começou pra repousar o dia inteiro. Pois então, eu fui.

Era o último dia da bienal do livro na cidade. O parque estava recebendo muitas visitas. Comecei a caminhar, aquelas gotas caindo, e o parque lá esperando. Comecei a correr, e fui olhando para tudo à minha volta, os caminhos que eu já conhecia, algumas árvores que foram ficando na minha memória. Mas , cada vez que volto lá, eu sinto uma ternura muito grande. Burle Marx deve ter projetado esse parque com muito amor. Comecei a observar cada folha, as raízes das árvores já eminentes, daquelas que fizeram história e memória na alma de muitos desconhecidos. E eu lá, mais uma. A chuva linda, as folhas balançando a melodia de outono, o silêncio, o silêncio em abandono de mensagem pra dizer que já não era mais hora de correr , nem fazer ginástica, mas dar um tempo à quietude e contemplar aquele momento. Então meus olhos repousaram e meu corpo se agachou, minha mente se voltou para dentro e tentei sentir tudo aquilo lá dentro de mim. E vi as árvores de cima, a chuva caindo em mim, meus cabelos , cada fio sentindo cada gota de chuva ..... a paz, a plenitude, um eco , uma voz lá dentro me dizendo como era bom estar lá.

Voltei para casa, tomei um banho quente, peguei um livro e o sono começou a bater. Meu corpo e minha cabeça relutante em dormir, mas eles se renderem ao descanso preciso. E quando acordei, ainda aquela lembrança do parque. E quando amanheceu a segunda, um inspiração pra começar mais uma semana. Mas na certeza de que eu poderia sempre voltar lá, pois meu coração jamais quer esquecer de como é bom viver cada momento...

Hoje é sábado de feriado , e preciso repousar novamente.... para que o novo desperte sempre para a Vida.

fale com a autora

Para voltar ao índice, utilize o botão "back" do seu browser.