RÊS POSTA
Adilson Sobrinho

Tenho muito medo das perguntas para as quais não me habilito à respondê-las. Hoje eu não me arriscaria a dar um dono ao mundo, um sexo para os anjos e um inventor para o amor.

Do pouco que sei, só sei para mim, não sou professor de vivências, mestre prenhe de sabedorias, oráculo de inquietações.

Queria ter todas em uma, ser tudo em apenas um, xamã, profeta e Deus, ousar todas as respostas, ser dono de todas as perguntas, autor das normas e leis, mas por mais que eu me esforce, eu não passo de mim, de minhas limitações, eu sou apenas eu.

Acuam-me com dúvidas, rechaçam-me contra a parede, tudo e todos me perguntam, todos e tudo me apertam e eu nem sou dono de mim.

Nem de mim tenho sabido, não tenho respostas para minhas dores, quem dirá as de outros autores, para os meus excessos de amores, para minha vida sem cores...

O que vestir ?
Onde investir ?
É doce a fruta ?
Amarga é a dor ?

Sou parte de um grande rebanho, rês, posta que conduzida, nunca soube o conduzir, para isso não tenho resposta, deixo-me levar, deixo-me ir.

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