PRIMEIRO TRATADO SOBRE O OBSCURO
(ou como diria o Zagalo)

Adilson Sobrinho

Tudo é obscuro, tudo é um grande enigma, aliás o que estou fazendo por aqui? Meio que de passagem, vou tocando, vou levando.

Meu grande enigma é a minha existência! Quem determinou que eu havia de ser flamengo roxo? Por que voto em Lula, gosto de cerveja, futebol e cachaça?

Obscuro é amar, obscuro é viver, nunca se sabe o que vem após a próxima esquina ou após o próximo beijo.

Me arrisco, me atrevo, ousar lutar, ousar vencer!

Irrita-me a chamada telefônica que sempre traz vozes infantis que não se concluem, são mistérios, fazendo-me sentir 24 dias por hora, vigiado, enigmas.

Será essa a nossa razão do estar aqui ? Pagando contas, ouvindo rocks, ingerindo tabacos e comendo maçãs argentinas???

Essa força que me move, não me dá razões, enigma não sou eu, é a vida e, esta eu quero sempre e muito, resta saber se a recíproca é verdadeira...

Me apresento e peço suas bênçãos. Não sou do além, existo, longe de tudo que possa querer me anular, não me faço obscuro, me apresento, apareço, aguerrido, guerreiro... Mas ainda não sei bem o que faço por essa dimensão, para o momento, ser feliz me basta.

Por vezes escrevo, por vezes me solto em letras, por vezes me faço enigma, charme puro, afinal não quero me fazer passar por algo inatingível, mesmo que as vezes necessite passar em brancas nuvens.

O obscuro da vida me fascina, mas confesso, me mete medo e, nessa busca de todas as razões, me perco em mim, é que vezenquando o eterno me parece embaraçoso, mas é pra lá que estou indo é pra lá que me dirijo, e queira o eterno ou não, ele vai ter de me engolir.

Em tempo: o número 13 não diz nada para mim.

Enigmas...

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