CHEGA A HORA QUE PRECISAMOS MUDAR...
Jacimara Lourenço Tenório

Nada na vida é definitivo. Como cheguei a essa conclusão? Talvez a vida tenha me ensinado. E de que maneira? Não digo todas, mas na maioria, de maneira rude e penosa.

Não existe um tempo certo para amadurecer. Não existe o certo e o errado, talvez o meio termo.

Existe sim, um dia que olhamos para trás e vemos os prédios que construímos ou barracos a margem de um rio, a grandiosidade de nossas construções ficam mais evidentes quando olhamos de um foco impessoal, analítico, crítico.

E como é difícil sermos críticos de nossas próprias construções, nosso ego sempre exaltado nos cegam de um modo demasiado.

Como conseguimos ultrapassar o ego exaltado e ver o mundo de modo impessoal, se fazemos parte disso? Analisar o que construímos é olhar bem fundo na alma e tirar a máscara.

Essa máscara que nos cobre desde que perdemos a inocência, às vezes fica colada ao verdadeiro eu, de modo que fica quase impossível de arrancar, e se forçarmos é certo que nos ferimos.

Por que esse medo de nos ferir?

A voz da experiência diz: Não há caminhos sem obstáculos e nem pedras que não nos machuquem os pés,ferindo nossos pés é que sentimos verdadeiramente o caminho que percorremos.

É, meu amigo, precisamos tirar a máscara um dia, por mais que doa, por mais que nos tornemos comuns diante dos olhos das outras pessoas.

Esse é o verdadeiro enigma, o grande mistério que nos cerca quando amadurecemos.

E como é duro descobrir que o grande mistério de nossas vidas chega a ser tão insignificante diante daqueles que amamos. É preciso ter força para enfrentar a vida sem essa máscara, sem esse mistério, de modo comum, de tão comum que chega a ser incomum, insignificante.

Há pessoas que nos rodeiam e que tiram e acrescentam algo em nossas vidas, por isso não existe uma convivência boa ou ruim, tão boa ou tão ruim que nos façam mal, pois no final sempre nos fortalecemos.

Talvez, o que escrevo seja para você, alguém perto ou distante, que tirou ou me acrescentou, que me fez tirar a máscara, enfrentar o medo, cair, levantar, sacudir a poeira que ficou em minhas vestes e enfrentar a vida como ela deve ser enfrentada, como um combate diário entre o bem e o mal. Podemos nos ferir em um desses combates, mas aprendemos a manejar melhor a espada. Um guerreiro, uma guerreira tira uma lição em cada vitória ou em cada derrota.

Essa é a hora certa de voltar ao caminho percorrido, fazer algumas reformas, levantar muros caídos, consertar algumas cercas, pintar a vida de outras cores.

Essa é a hora de renascer, mostrar o seu verdadeiro eu, se aceitar, compreender que temos falhas, que somos comuns por mais que você queira ser incomum.

A alma se desprende do corpo e começa o seu caminho de renovação. Você é exatamente aquilo que sempre foi, apesar das pessoas que amamos e nos amaram, além dos muros de sua casa.

Você descobriu o enigma da vida? Você descobriu o ouro. Descobriu que não existe o melhor ou o pior, descobriu que as aparências ajudam, mas no final das contas não tem muita importância; que ter bens materiais nos traz um certo conforto, mas que o conforto que buscamos é o conforto espiritual; descobre acima de tudo que não existe uma pessoa certa para doar o seu coração, ela existe e simplesmente tem que amá-la.

Descobre que podemos cobrir nossos caminhos de flores, mas entre as flores existem àquelas que tem espinhos, que ao pisarmos ou passarmos por elas podemos nos ferir.

Descobre que você é único, não existe ninguém igual a você, mesmo sendo comum.

E a vida perdeu a graça por descobrir o enigma da vida? Não, pois se há um fio de vida preso em nossas almas, existem outros enigmas que precisamos desvendar ou ajudar os outros a descobrir, fazendo essas pessoas abrirem os olhos para a vida que pulsa, pedindo ser descoberta.

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