TALVEZ
João Batista Alves dos Santos

Sabe amigo leitor...
Talvez venha estranhar, minha abrupta mudança de estilo. 
Nada contigo caríssimo, nada com o estilo propriamente dito. 
Apenas um desejo novo... De achar ou chegar à um ponto pacífico! Tornar-me manso, sereno.
Percebi que tomas para ti, minhas palavras, devolve-me as tuas com precisão e talento.
Talvez não queiras ver cães no telhado, gorilas quebrando a perna em salvamentos fictícios.
Talvez tua resposta seja minha pergunta. Insinuações de um gueto colorido, passagens salvadoras em paredes de pedra.
Talvez tu tenhas visto fantasmas. Talvez eu tenha feito fantasmas.
Talvez dividamos a amargura de não saber o que dizer, sonharmos com um final, quem sabe de novela.
Talvez quando disser "ilusão", não seja ilusão... Mas, apenas a estória contada de trás pra frente.
Agora aqui! Entre pilhas de manuscritos, atormentado pela dúvida, entre dizer ou não mudar. Será? Meu fiel leitor, que me aceitarás dessa forma?
Talvez te leve para uma guerra particular... Pisando sobre cacos de vidro e porcelana, estilhaços de verdades, fragmentos de saudade.
Talvez te peça para pensar, e não responder... Apenas viremos a página dessa estrada, desse conto de horror.
Talvez pudesse ler tua mão, um ritual cigano, feiticeiro.
Talvez não tenha dado a importância que tens para mim.
Talvez releve o fato de sedes o bálsamo, que me mantém com a pena na mão, entorpecido pelo desejo de dizer-te coisas.
Sim amigo leitor... É contigo sim, é comigo sim, nas entrelinhas nos fundimos em um só ser. Desejoso, com algo para dizer, com muito para ouvir.
Se não fôsses meu fiel, soaria estranho, incabível. Mas nossa afinidade nos permite fácil compreensão.
Talvez os endereços se misturem... Mas, o ponto é um só! Tornamo-nos pacíficos.

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