A FACA
Secrino Silva

A faca que ele me pediu está sobre a mesa. 

Não bastava apenas acenar a mão como de costume? Grosso! Veio gritando para o meu lado, com a mão espalmada para me bater.

Não vou ficar me culpando. Como podia ter evitado? Agora ela está lá, numa poça de sangue.

E não pense que vou deixar de fumar o meu cigarro. 

Ele sempre me tratou com desprezo, desde que casamos. Por isso é que peguei o mais novo e cortei o pescoço. Ele esperneou um pouco, mas eu me senti recompensada. Deixei tudo sujo para que ele veja. Quero que ele veja.

E vou ficar aqui, assistindo-o morrer por dentro quando abrir a porta e der com o seu melhor galo de briga estraçalhado em cima da bancada.

fale com o autor

Para voltar ao índice, utilize o botão "back" do seu browser.