PÁLPEBRAS, JANELAS PARA O MUNDO
Raquel Santos

Pálpebras que se abrem...

... no espanto do recém-nascido tentando entender o mundo. 
... ao despertar pela manhã, com alegria, medos, esperanças, desilusões, certezas e todas as dúvidas de um novo dia que se inicia.
... quando o enfermo, antes desenganado retorna à vida depois de um longo tempo de letargia.
... nos olhos arregalados da criança que pela primeira vez contempla o picadeiro de um circo.
... no olhar daqueles que: desconfiados percebem estar sendo enganados, dos poetas contemplando o luar, dos artistas contemplando sua obra, das mães que observam com ternura o filho que dorme, dos apaixonados em sua louca felicidade.

 

Pálpebras semi-abertas...

... de uma piscada pretensiosa do galanteio.
... no olhar sonolento depois de um dia exaustivo de
trabalho.
... dos amantes mergulhados no mais hipnotizante prazer.
... dos que sonolentos e aflitos velam os enfermos nos hospitais.
... do caminhante do deserto que exausto já não enxerga além de uma miragem. 

 

Pálpebras fechadas ...

... ao toque dos lábios dos que se amam, quando se encontram em um beijo.
... nas gargalhadas pelo inusitado da vida.
... em encontros com Deus em oração.
... ao rolar de uma lágrima de felicidade ou tristeza, em toda sua emoção.
... quando o corpo e a mente pedem o descanso necessário para em seguida recomeçar um novo dia.
... definitivamente para o encontro da alma com seu criador.


* Dedico à fonte de inspiração deste texto: Meu "papi"

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