ALTINAK, ALNILAM E MINTAKA
Eduardo Prearo

Olho para Orion da janela, as Três Marias,
a brevidade desta vida me amedronta.
Sou mesmo feio?; ver-se belo é covardia,
ver-se perdido passeando na hora tonta,
quando esta lua deixa o curso, outra vadia,
quando o meu ser devassamente é ser que apronta
e nem se sabe se de noite ou se de dia.
O mais bonito era Jesus e além da conta;
tornou-se luz e num assim que eu sempre o via.
Olho para Orion da janela, a torta pronta.
Que bonitinho o gato preto que só mia,
que bonitinho este cavalo que se monta
pra viajar por um deserto sem um guia
e sem espelho para ver o que me afronta.

Acostumei-me com o feio no meu ser,
em qualquer ser, pois tudo é belo, basta crer.

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