REFLEXO
Pedro Luiz Cipolla

Por que me olhas tão triste?
Já não te cansastes de se ver assim?
Todas as manhãs tu me olhas como se nunca me vistes,
Tentando ignorar essa tua chegada ao fim.

Só a mim não consegues enganar.
Reflito em ti toda a tua imensa verdade.
Abres e fechas os olhos tentando disfarçar
Todo o estrago que o tempo fez nessa tua estúpida vaidade.

Procuras sorrir,mas eu conheço essa tua risada,
E sem esforço te devolvo calado ,mudo,
Todas as marcas desta tua vida desregrada.

Perdão,não há. O implacável te condena de fato.
O teu castigo será todas as manhãs, contudo,
Rever malgrado este teu triste auto-retrato.

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