OBSESSIVO
Juliana

Três horas da manhã. Eu olhava fixamente para a porta, esperando Marion chegar, aquela puta. Onde ela estava enquanto eu estava ali batendo a cabeça na parede obsessivo, esperando ela abrir a porta. Onde ela estaria...

Ela amava outro cara... ela nunca notara a minha presença, nunca!!! E eu ali olhando para a porta querendo ser o rei do seu coração, mas era apenas o plebeu enquanto aquele cara reinava no meu reino. Ele era rei rei rei...

Marion, amor da minha vida!! Maldita mulher com cabelos pretos e boca carnuda, quem me dera te ter aqui, nua, as três horas da manhã, te chamar de minha, te chamar de piranha, de todos os nomes obscenos que vierem em minha mente, minha só minha... Marion!

A única mulher que realmente amei, a única por quem eu seria capaz de comer minhocas se fosse preciso. A única por quem eu me jogaria no Tietê, sorrindo. Marion, puta rodada, passada de mão em mão pela faculdade toda. Motivo de inveja da mulherada, motivo de desejo dos rapazes. Chega, Marion seria minha, minha ou de mais ninguém...

Fui ao apê de Marion, ela dormia, solitária... bem diferente da pistoleira da minha mente. Linda, linda, parecia um anjo, um demônio de tão linda e tentadora. 

As três horas da manhã eu estuprei e matei Marion. Fui preso em flagrante. 

Marion, a única que eu amei.

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