CÓDIGOS DE ESTAÇÕES
Pedro Brasil Jr

Palavras aleatórias joguei ao vento.
Dispersas na distância se espalharam como folhas secas.
Outono! Lembrei...
E uma brisa suave me tocou o rosto envolvendo-me em recordações.
Foram tantos encontros em estações variadas...
Tantas danças exóticas e invisíveis...
Mas você esteve sempre presente!
No entardecer de um dia gelado de inverno.
No amanhecer ensolarado de uma primavera florida.
Num meio-dia ardente de verão.
E num dia de outono empurrando folhas secas de Plátano.
Amigo vento!
Sempre demarcado passagens nesta jornada de viver.
Forte e suave, você surge e ressurge nos momentos mais oportunos.
No entanto, a tua dança consegue me iludir e a ludibriar os percalços.
Mas as palavras a ti entregues formaram um redemoinho de opiniões e desabafos.
Onde teriam ficado no tempo?
Não importa! Afinal, neste entardecer de sol vermelho você regressou imponente e fez girar ventoinhas.
Engrenagens enferrujadas gritaram!
E com o teu sibilar, criaram uma música estranha.
Agora, o cata-vento gira veloz e a cada volta me devolve as mesmas palavras aleatórias como se fossem parte de um código que só nós dois sabemos decifrar.

fale com o autor

Para voltar ao índice, utilize o botão "back" do seu browser.