ARMA de ILHA

Lula Moura



Eu quero estar no desencontro,

de um conto matreiro, fugaz,

feito à luz do desconforto,

ligeiro, certeiro, audaz.


Fingir lutar contra o encontro,

que encontra o  teu ninho.

Entregar minhas armas,

à luz da escuridão,

da minha ilha,

meu caminho,

sem ter porque,

sem ter senão,

pra ficar na sensação,

de ter caído na armadilha,

da algema doce dos teus encantos,

pra ser um lobo preso na sua matilha.



Na aldeia quente dos teus lábios,

onde pensava que era sábio,

descobrir em ti o carinho,

me notar um  aprendiz,

correr pro abraço,

e ser feliz.



Beber no teu copo,

gemer no teu corpo,

e me perder na ausencia

de escopo, em vento aberto.

E ainda pensar que era eu

o esperto. Era não...


O Corvo tinha razão.

 


fale com o autor

Para voltar ao índice, utilize o botão "back" do seu browser.