SEGUNDA LIVRE
Bruno Pessa
 
 

Ganhei uma segunda-feira. Livre, leve e disponível para meros devaneios tolos. Espaço é o que não falta no apartamento pré-mudança; me estico, estendo-me por todos os ladrilhos empoeirados.


Vem o vento, voa a pilha de papéis. Tudo percebo agora, já que quatro anos de trabalhos não mais fazem parte de mim: ficaram nos pertences e tranqueiras espalhados no chão, à espera de um destino empacotado.


Os dias estão contados, mas ainda não parei para enumerá-los e nem será desta vez. Tenho a segunda livre, e não há porque ficar preso ao inevitável.

 
 

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