UMA ANTI-CRÔNICA
Maurício Cintrão
 

Esses meus amigos Anjos de Prata andam muito malucos! Como é que se cria um tema do tipo "De corpos e copos". Poxa, assim não dá. Venho inspirado à procura de um motivo para escrever e bato de frente com uma coisa dessas! Não sou médico, portanto, não entendo de corpos. Minha experiência Braille de reconhecimento corpóreo também não é aquela enciclopédia de anatomia. Assim...

Bom, e os copos? Ora, ora, meus amigos. Não bebo destilados, fermentados e outros alcoólicos há anos. Canso de dizer: não bebo mais. E isso não significa que eu tenha virado crente, vidente ou demente. Só não gosto mais de beber. Para mim, copo lembra refrigerante, ou o café-com-leite da madrugada, ou um belo sorvetão para devorar em frente à TV.

Sorvete combina com corpo, tenho que concordar. Mas café-com-leite? Imagine a cena: "amor, pera que eu vou fazer uma surpresinha". Vou correndo até a cozinha, esquento o leite no microondas, ponho café solúvel e volto todo sexy??? Quanto ao refrigerante... bom, já vi umas fotos bizarras sobre o uso de garrafas, mas não faço o estilo.

Assim, de corpos e copos eu estou é roubado, numa fria mesmo. Sem condições de escrever uma croniquinha que me permita retornar à dinâmica de textos quinzenais do nosso glorioso site. Assim, gostaria de pedir desculpas aos meus amigos e informar que volto outra hora, quem sabe com um tema mais próximo à minha pré-velhice. Uma coisinha simples como "O amor", ou "A Luz", ou... ah, sei lá!

O fato é que de corpos e copos não escrevo. Nananina não. Não adianta insistir. Não levo jeito para esses malabarismos criativos e acho uma grande safadeza repetir os velhos truques de escrever uma crônica e depois encaixar as palavras do tema (coisa que fiz muita vezes, hohohoho).

Prefiro ficar quietinho por aqui, à espera da inspiração redentora que fará com que minha hábil capacidade de catar milho digitando palavras resulte em um texto primoroso, uma obra-prima, uma jóia da Literatura. Assim vou poder realizar meu sonho de chorar pelos cantos, murmurando: "sou um gênio mal compreendido".

 
 

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