O DIREITO DE ERRAR
José Luís Nóbrega
 
 

Após anos de luta para adquirirem os mesmos direitos dos homens, as mulheres conquistaram o direito - de errar - como eles. Estamos no ano de 2.105 d.c.

O poder mundial está nas mãos delas. As mulheres são Chefes do Executivo das maiores potências mundiais. No Legislativo são maioria absoluta.

Os homens trabalham nos afazeres domésticos. Cuidam da casa, lavam, passam, mas tais trabalhos nunca são reconhecidos por elas, as quais ganham até três vezes mais que homens.

Mas elas fumam também três vezes mais que eles. Os problemas cardíacos femininos preocupam as autoridades da área da saúde. A incidência de alcoolismo entre elas virou epidemia pelo mundo todo.

A violência feminina contra os homens chega ser revoltante. Depois de um dia estressante de trabalho, muitas delas passam por bares para beberem a sagrada cervejinha de todo dia, chegando em casa embriagadas, e sem um motivo plausível, espancam seus maridos, sendo esta prática tão freqüente que no Brasil foi criada a primeira D.D.H (Delegacia de Defesa do Homem).

Elas matam, roubam, assaltam, seqüestram e violentam os homens indefesos. A população carcerária feminina supera em oito vezes a masculina. O tráfico e uso de entorpecentes por elas também é maior.
As mulheres são muito mais fortes fisicamente que eles, graças ao desenvolvimento de várias atividades que exigem esforço físico. São estivadoras, pedreiras, mecânicas de carro, leoas-de-chácara, dentre outras profissões.

Nas horas vagas elas praticam um "peladinho" com as amigas, onde podem xingar umas às outras, mas ao final de cada partida se reúnem para comer um bom churrasquinho, acompanhado de umas cervejas, e boa cachaça. (a palavra até bem pouco tempo atrás, quando os homens reinavam no Universo era "peladinha", mas sentindo-se discriminadas, mudaram o termo para o masculino).

Eles praticam atividades mais leves. Freqüentam aulas de balé, e aos finais de semana cursos de alta-costura e tricô.

Os homens também geram e criam os filhos do casal. A concepção de seres pelos homens é possível graças às técnicas avançadas da medicina. A concepção pelas mulheres foi abolida ao longo dos tempos, pois elas teriam que permanecer em licença maternidade por meses, sendo para elas mais importante trabalhar a gerar filhos. A criação também pertence exclusivamente aos homens, uma vez que elas trabalham fora, e passam pouco tempo com as crianças.

E apesar de tudo, de tanta discriminação, eles não reclamam de nada, mas elas... Bom, elas vivem se revoltando através de debates televisivos e matérias jornalísticas (chegaram a formar uma associação nos Estados Unidos). Elas não se conformam em ver tamanha falta de cavalheirismo por parte do homem pós-moderno do Século XXII.

 
 

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